A Polícia Militar realiza, nesta quarta-feira (7), uma ocupação permanente no Bateau Mouche, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, após o ataque a um veículo blindado da corporação, na noite de terça-feira (6). Os criminosos atearam fogo no caveirão utilizando coquetéis molotov, em represália à morte do chefe do tráfico de drogas da comunidade, no último fim de semana. Segundo o secretário de Estado da corporação, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, equipes atuam na região desde a madrugada, em especial na área de mata, para onde os bandidos envolvidos no crime fugiram.
Na manhã de hoje, o governador do Rio, Cláudio Castro, informou que determinou ao comandante da PM que as tropas especiais permaneçam no Bateau Mouche para localizar os responsáveis pelo ataque ao veículo. “Nossa luta contra o crime é diária. Não vamos permitir que a bandidagem se crie aqui. Nada vai impedir o trabalho das polícias. Esse ataque de hoje a um blindado que estava numa base do Batalhão de Jacarepaguá é inadmissível. É um ataque não só contra a polícia, mas contra toda a sociedade!”, escreveu.
O blindado foi consumido pelas chamas rapidamente, ficou destruído e precisou ser retirado da comunidade pelo Núcleo de Apoio às Operações Especiais (NAOE), nesta terça-feira. De acordo com a PM, o caveirão foi incendiado após a base avançada do batalhão ter sido alvo tiros e objetos arremessados. Equipes foram acionadas para prestar apoio e também foram atacadas. O Corpo de Bombeiros conteve o incêndio e os agentes precisaram de breve atendimento, por conta da fumaça.
Segundo o coronel, o episódio representa uma agressão ao Estado que não vai ficar sem resposta por parte da Polícia Militar. E ainda destacou que as operações da corporação não buscam pelo confronto, mas pela prisão de criminosos, e a preocupação com a população que vive nas áreas conflagradas pela violência, afirmou o secretário, em entrevista ao ‘Bom dia Rio’ da TV Globo desta quarta-feira.
Desde o ano passado, comunidades das zonas Oeste e Norte estão vivendo cenários de guerra por conta da disputa entre criminosos rivais. Sob forte influência de milicianos, as favelas têm sido palco de invasões do Comando Vermelho, que pretende expandir pontos de venda de drogas pelo Rio. Recentemente, integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) se juntaram com os paramilitares para expulsar bandidos da outra facção, que conseguiram invadir partes desses locais.
Além da Praça Seca, o Comando Vermelho está disputando o controle dos Morros do Fubá e do Campinho, na Zona Norte, e Muzema, Rio das Pedras, Complexo da Covanca, além da Gardênia Azul e a Cidade de Deus, na Zona Oeste. Nessas favelas, moradores têm sofrido com constantes confrontos entre os grupos rivais e operações policiais. Ainda na entrevista à TV Globo, o coronel apontou a atuação das forças de segurança para minimizar os impactos da atuação de criminosos nessas regiões.