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Palmeiras faz susto virar noite épica de Libertadores com blitz do time e arquibancada

Dois erros fizeram o Verdão ir para o intervalo perdendo por 2 a 0, mas o clima criado no Allianz Parque após o intervalo gerou um avalanche de chances e muito barulho dos palmeirenses
Foto: Marcos Ribolli

A classificação do Palmeiras para as oitavas de final da Conmebol Libertadores já era algo esperado antes de a bola rolar na última quarta-feira, no Allianz Parque. O objetivo foi atingido, mas com contornos que transformaram vitória por 4 a 2 sobre o Barcelona, do Equador, em mais uma noite épica na Libertadores, algo recorrente nos últimos anos.

Abel Ferreira, como tem sido desde que a maratona de jogos começou a apertar, escalou o que tinha de melhor. Até Gabriel Menino, que teve um leve entorse no tornozelo contra o Coritiba, começou a partida como titular.

O Palmeiras tinha o controle do jogo, embora o Barcelona não fosse tão desorganizado sem bola quanto na partida de ida, em Guayaquil, ainda sob comando de Fabián Bustos, que pediu demissão no domingo. Assim, chegou ao 1 a 0 aos 18 minutos com Rony, mas o gol foi bem anulado por impedimento.

O Verdão continuou melhor, mas sofreu o primeiro castigo: Zé Rafael errou o passe que originou o primeiro gol do Barcelona, de Fydriszewski. Cinco minutos depois, foi Mayke quem deu a bola para que novamente Fydriszewski fizesse o segundo dos visitantes.

A torcida, desde o primeiro gol, puxava o canto de que o “Palmeiras é o time da virada”, como tanto gosta Abel Ferreira. Ainda na etapa inicial, a equipe teve oportunidades para pelo menos descontar, mas não as aproveitou. Ainda que o 2 a 0 tenha sido uma derrota grande demais pelo que foi o primeiro tempo, o Verdão errava muito.

Abel, então, decidiu fazer uma mudança pouco comum: tirou Menino para colocar Flaco López. O argentino seria um segundo atacante junto de Rony, e Raphael Veiga foi recuado para jogar quase como um segundo volante, próximo de Zé Rafael.

O gol no primeiro minuto, com Gustavo Gómez aproveitando escanteio de Raphael Veiga, criou o ambiente que o Palmeiras queria: a torcida puxou de vez, e o Barcelona, que já fazia cera desde o primeiro tempo, sentiu o golpe.

Damián Díaz logo depois ainda acertou o travessão em mais uma transição defensiva ruim da equipe alviverde, mas depois disso o jogo se tornou uma avalanche palmeirense.

Teve bola na trave, a defesa equatoriana tirando em cima da linha, a bola passando no meio da área… era questão de tempo para o empate. E ele veio também cedo, com Piquerez, um dos destaques na partida, aos 12 minutos.

O Palmeiras acelerava mais o jogo após o intervalo, era mais agressivo para recuperar a posse de bola e passou a ter um volume muito grande de chances. Ao todo, foram 26 finalizações.

As oportunidades que foram sendo empilhadas fizeram o barulho no Allianz Parque crescer. O ambiente se tornou hostil para a equipe visitante, com a torcida fazendo a arena vibrar, e o Verdão em campo com uma chance em seguida da outra.

Em 24 minutos, o Palmeiras virou o jogo. Um cenário que parecia improvável ao fim do primeiro tempo. Mas o time mostrou as características que mais marcam a era Abel Ferreira: o controle mental e o apetite para vencer.

Endrick ainda fechou o placar, chegou a cinco gols no ano e garantiu a primeira meta do contrato de sua venda ao Real Madrid: 2,5 milhões de euros (R$ 13,2 milhões) na conta do Palmeiras.

No intervalo, o Verdão se via em uma situação em que a maior possibilidade era de terminar em segundo lugar no grupo se conseguisse a classificação.

Agora, depende apenas de uma vitória em casa diante do Bolívar, da Bolívia, para terminar mais uma vez na ponta da chave. Noites como a dessa quarta mostram como o time de Abel Ferreira se tornou o grande bicho-papão do momento na Libertadores.