O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, se reuniu com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para oficializar o pedido de apoio para o combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, em especial na região do Complexo da Maré. Em Brasília, os dois alinharam detalhes finais e estratégias para as ações das forças de segurança pública do Governo do Estado e do Governo Federal para prender lideranças criminosas do Rio de Janeiro e também aquelas oriundas de outros estados brasileiros.
O encontro ocorreu no mesmo dia em que o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) autorizou o uso de 300 integrantes da Força Nacional no Rio de Janeiro, bem como 50 viaturas para atuação no estado com o objetivo de reduzir indicadores de mortes violentas. O efetivo é complementar aos 270 policiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 22 veículos blindados que serão enviados ao estado, além de um veículo de resgate e um helicóptero.
– Ficou acertada essa colaboração do Governo Federal coordenando o trabalho de outros estados que têm inquéritos com lideranças alocadas no Rio de Janeiro, sobretudo no Complexo da Maré – afirmou Castro após a reunião.
Também por meio da parceria, lideranças criminosas de alta periculosidade serão transferidas para presídios federais em outros estados. O governador disse que não está fora de cogitação a expansão das ações em outras áreas do Rio de Janeiro.
– A Maré é o ponto de partida, mas não é o fim, até porque nós já vimos outras vezes esse processo de evasão dos criminosos de um local e, depois que a polícia atua, eles voltam. A ideia é a Maré ser o início e depois que isso se irradie para outras comunidades, e a gente possa, sobretudo, prender lideranças e fazer uma asfixia financeira dessas organizações criminosas com inteligência e combate à lavagem de dinheiro, sejam elas milícia, tráfico, narcotráfico ou facção A, B ou C – pontuou.
Forças estaduais vão coordenar ações em áreas mais sensíveis
A atuação conjunta no Complexo da Maré conta com estratégia com foco especial na tecnologia com o uso de drones, inteligência artificial, reconhecimento facial e de placas, câmeras portáteis, além da disponibilidade da Força Nacional para atuar a qualquer momento. O conjunto de ações, no entanto, não se trata de uma ocupação no complexo, mas de operações estratégicas e pontuais, que podem ser expandidas para outros locais.
– É um trabalho em conjunto, mas a coordenação de áreas mais sensíveis fica com o Rio de Janeiro e subsidiada pela Força Nacional e pela PRF, até mesmo por aprendizados em locais mais sensíveis – e as nossas forças já têm essa experiência –, para que a gente não coloque outros agentes em risco. Foi uma reunião muito produtiva. Não falaremos em data para não tirar o fator surpresa da operação policial – ressaltou o governador.
Na última sexta-feira (29), Castro se reuniu com o secretário-executivo do MJSP, Ricardo Cappelli, para alinhar a nova parceria no combate à criminalidade no Rio. Na ocasião, foi anunciada a implementação do Comitê Permanente de Inteligência no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), com a atuação de quatro forças de segurança pública: Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal. O novo comitê será usado para monitoramento, trocas de informações, avaliação de decisões e definição de estratégias com foco no combate à criminalidade.
Recursos
Atendendo a um pedido do governador Cláudio Castro, há um total de R$ 247 milhões em recursos federais alocados no Rio de Janeiro, entre eles os R$ 95 milhões destinados para a construção de presídios de segurança máxima. Os recursos empregados são provenientes do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário Nacional.