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Governador Cláudio Castro diz que mortes na Av. Brasil foram ‘terrorismo’ do tráfico

Governador se reuniu com a cúpula da Segurança Pública do Rio após operação no Complexo de Israel
Foto: Divulgação

O governador Cláudio Castro (PL) disse, na tarde desta quinta-feira (24/10), que o confronto que deixou mortos e feridos na Avenida Brasil, nesta quinta-feira (24/10), foi um “ato de terrorismo” do tráfico após a Polícia Militar chegar perto de capturar o homem conhecido como Peixão, chefe do Complexo de Israel.

“Tivemos uma reação muito desproporcional, inclusive a diversas ações que já foram feitas lá mesmo na Cidade Alta. Nos últimos meses, foram pelo menos 15 ações que não tiveram nada similar a isso. Foi um ato de terrorismo. Não dá pra classificar de outra forma”, disse após uma reunião com a cúpula da Segurança Pública no Rio, no Palácio Guanabara.

“A polícia estava de um lado e a ordem foi atirar nas pessoas que estavam do outro lado. Esses criminosos atiraram a ermo para acertar pessoas de bem que estavam indo trabalhar”.

Disse que o confronto que deixou trabalhadores no meio do fogo cruzado terá “uma resposta dura das polícias”. “Não ficará impune terrorista que atira nas pessoas. Não foi confronto, foi terrorismo, assassinato daquelas pessoas”, pontuou.

O Complexo de Israel é dominado com mão de ferro pelo traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe do TCP. Segundo o governador, os policiais chegaram perto de capturá-lo.

“Um dos ônibus sequer estava perto da operação. Foram os criminosos que fizeram isso. A inteligência fala que chegamos muito perto de um grande líder dessa facção e por isso decidiram atirar nas pessoas deliberadamente para dispersar a ação da polícia”.

O governador destacou ainda o “investimento histórico” de R$ 4 bilhões no plano de segurança do RJ.

“As pessoas falam nas redes sociais que não há plano de segurança, poxa. Há uma política de segurança clara, fincada em ciência, tecnologia.”

 

Ajuda do governo federal

Castro reiterou que precisa da colaboração do governo federal para o trabalho de combate à violência no RJ ser efetivo.

“Reitero que precisamos da ajuda do governo federal. Essas armas e drogas não são produzidas aqui no Rio de Janeiro. Essas armas entram por portos e aeroportos federais.”

Só em 2024, a polícia apreendeu 540 fuzis e 55 toneladas de drogas. Desde o início da gestão Castro, foram 1.770 fuzis apreendidos.

“Se não fosse a ação da polícia, a situação seria extremamente pior. Vamos continuar trabalhando para combater. Mas é todo um sistema, não dá pra colocar a culpa só na polícia. Não cai OVNI aqui com armas, estão entrando pelas estradas, portos e aeroportos e por isso precisamos de ajuda”.

“A gente está falando aqui de tráfico internacional de arma, tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro. E isso é de competência federal, e nós precisamos da colaboração, precisamos da escuta do governo federal para que nosso trabalho tenha efetividade. O estado está investindo pesado”.

A reunião com a cúpula da Segurança Pública do Rio contou com a presença dos secretários de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, de Polícia Civil, Felipe Curi, e de Segurança Pública, Victor dos Santos.

O governador começou o pronunciamento se solidarizando com as famílias das vítimas.

“Queria dizer que o estado está à disposição das famílias e das vítimas para o que for necessário. A gente tem só que acertar uma narrativa. Essas pessoas não foram vitimadas em uma troca de tiros, essas pessoas foram assassinadas pelo tráfico de drogas. Era uma operação de inteligência em uma comunidade onde o roubo de veículos e de cargas só tem aumentado”.

Cinco pessoas que estavam em veículos que passavam pela Avenida Brasil, no início desta manhã, foram baleadas por tiros vindo do Complexo de Israel – em represália a uma operação da Polícia Militar. Em meio ao fogo cruzado, 3 pessoas morreram, e outras 2 ficaram feridas.

Um suspeito também foi baleado e hospitalizado sob custódia.

Os baleados estavam em um ônibus, um carro de aplicativo e em um caminhão. Com medo dos tiros, muitos motoristas e passageiros buscaram proteção nas muretas. Principal via expressa do Rio, a Avenida Brasil foi fechada por cerca de duas horas, a partir de 7h, na altura da Cidade Alta, na Zona Norte, onde fica o complexo, que inclui cinco comunidades sob o domínio de traficantes.