Teve quem esperasse uma goleada do Botafogo contra o Patronato, pelo jogo de volta dos playoffs da Copa Sul-Americana. Depois de abrir vantagem de 2 a 0 no jogo de ida, com equipe mista, na Argentina, o time empatou em 1 a 1no Nilton Santos, em noite que carimbou a classificação às oitavas de final. Com Bruno Lage no comando pela primeira vez, o Glorioso até deu sinais de que engataria uma larga vitória, mas acabou sucumbindo ao 3 a 0 no agregado, cedeu o empate, quase levou a virada, em atuação aquém do líder disparado do Campeonato Brasileiro.
O time misto colocado em campo pelo técnico português teve Gatito Fernández no gol, jogador que mais vestiu a camisa do Botafogo no atual elenco e que não atuava desde novembro do ano passado. O objetivo da mescla de jogadores era dar descanso à parte dos atletas que vinham de desgaste físico com a sequência de jogos.
Coube ao experiente jogador de 35 anos ser um dos destaques, fazendo três defesas difíceis, nas 16 finalizações da equipe argentina. Além dele, Janderson e Luis Henrique certamente tiveram um olhar especial do novo professor. O primeiro fez uma bela jogada para o gol do segundo, logo no início do jogo.
O ímpeto do Botafogo, que se estendeu até a metade do primeiro tempo, também contou com Matías Segovia, que iniciou entre os 11 titulares pela primeira vez. O jovem atacante conseguiu três boas finalizações com perigo, mas não conseguiu marcar. Na segunda metade, o Patronato mostrou que buscava a igualdade no confronto e passou a chegar com perigo.
No segundo tempo ficou explícita a queda de rendimento, mesmo com o fôlego novo das alterações. A atuação também denotava desentrosamento entre parte dos jogadores – dos titulares, apenas Di Plácido, Cuesta, Tchê Tchê e Luis Henrique começaram o jogo.
– O que tiro de positivo é o conhecimento do grupo. Há um exemplo do meu lado (Gatito Fernández). A equipe vem de uma sequência de jogos muito pesada, muitas vezes a mesma escalação e nós precisamos mesclar. Por ter muita gente sem ter os 90 minutos, sentiu-se uma quebra que é normal principalmente para quem não tem ritmo. Até pelo o que foi o primeiro jogo e a sequência, fizemos a gestão perfeita.
O Botafogo quase tomou a virada aos 45 do segundo tempo, mas Sosa estava em posição irregular e o gol foi anulado. A postura final, com erros de passes e desarmes, inflamou parte da torcida, que chegou a vaiar o time no apito final. Mas o ambiente logo mudou.
Com um pé nas oitavas, o clube entendeu que era o momento de poupar parte do time. Com 3 a 0 no agregado, logo no início do jogo, relaxou no momento propício. Agora, o foco volta para o Campeonato Brasileiro, quando enfrenta o Santos, na Vila Belmiro, às 16h. E a hora de virar a chave de volta para a Sul-Americana é no início de agosto – as datas dos jogos de ida e volta estão previstos para 2 a 9 do próximo mês.