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Lula anuncia em Bruxelas que Brasil lançará plano de investimento em logística e infraestrutura

A plataforma, nos moldes do antigo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), funcionará por meio de parcerias público-privadas, concessões e investimentos diretos da União

No discurso que fez na abertura do fórum que reúne a América Latina e os países europeus, o presidente Lula anunciou que o Governo vai lançar nos próximos dias um Plano de Investimentos com o objetivo de modernizar a infraestrutura logística do Brasil, por meio de obras estruturantes, e levará o país a melhores resultados em criação de emprego e renda. Lula defendeu enfaticamente o acordo do Mercosul com a União Europeia, sem condionantes abusivas.

Na manhã desta segunda-feira, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, proferiu um durante a sessão de abertura do fórum empresarial União Europeia-América Latina, realizado em Bruxelas, na Bélgica. Lula expressou sua satisfação em participar do encontro ao lado de líderes europeus e destacou a importância das relações entre empresas, universidades e a sociedade civil para impulsionar o desenvolvimento conjunto. O discurso enfatizou os desafios globais, como a pandemia da Covid-19, as mudanças climáticas, a crise democrática e a guerra, ressaltando a necessidade de governantes, empresários e trabalhadores unirem-se na reconstrução de um caminho próspero e na retomada da produção, investimentos e empregos.

Lula ressaltou o papel estratégico dos países da América Latina e do Caribe para a Europa e o mundo, destacando as oportunidades de investimento e expansão do consumo na região. Ele mencionou o fortalecimento das relações comerciais entre o Brasil e a União Europeia, que se tornou o segundo maior parceiro comercial do país, com uma corrente de comércio projetada para ultrapassar os 100 bilhões de dólares no ano corrente. O presidente também expressou o desejo de concluir um acordo equilibrado entre o Mercosul e a União Europeia, abrindo novos horizontes para ambas as partes e permitindo a adaptação aos desafios presentes e futuros.

No discurso, Lula destacou a importância das compras governamentais como um instrumento vital para investimentos em infraestrutura e para sustentar a política industrial. Ele mencionou que países como Estados Unidos e União Europeia já adotam políticas industriais baseadas em compras públicas e conteúdo nacional. Lula ressaltou o potencial do mercado interno brasileiro, com uma população de 203 milhões de pessoas, e enfatizou a necessidade de ampliar investimentos em bens duráveis, insumos e serviços associados. Ele anunciou o lançamento de um novo Plano de Investimentos nos próximos dias, visando superar os gargalos existentes e gerar empregos de qualidade, combater a pobreza e aumentar a renda das famílias brasileiras. O plano abrangerá a modernização da infraestrutura logística, com investimentos em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos.

O presidente também abordou a questão da matriz energética brasileira, destacando que o Brasil possui uma das mais limpas do planeta, com a maior parte da eletricidade proveniente de fontes renováveis. Ele mencionou o compromisso em melhorar ainda mais esses números, priorizando a geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel, além do potencial de produção de hidrogênio verde. Lula ressaltou as oportunidades nas áreas de mobilidade urbana, saneamento, prevenção de desastres e financiamento habitacional, que estimulam a cadeia produtiva de transporte e construção.

O discurso também abordou a importância da educação de qualidade para impulsionar o crescimento baseado na geração de tecnologia e inovação, privilegiando a economia do conhecimento. Lula ressaltou a necessidade de parcerias entre governo e empresários em áreas como concessões, Parcerias Público-Privadas e contratações diretas. Ele enfatizou que o novo Brasil em reconstrução busca conciliar seus compromissos com os fundamentos macroeconômicos, como o controle da inflação e o equilíbrio das contas públicas, a fim de garantir estabilidade, expansão econômica e progresso social. O presidente destacou a reforma tributária em curso para simplificar a arrecadação de tributos e tornar a economia mais eficiente, bem como o sistema financeiro robusto do Brasil, que possibilitará a expansão sustentável do crédito nos próximos anos.