A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou, nesta quinta-feira (25), o Projeto de Lei 64/23, que institui o dia 07 de abril como Dia da Resposta Histórica Contra o Racismo no Futebol. A medida é de autoria original dos deputados Verônica Lima (PT), Felipinho Ravis (SDD) e Andrezinho Ceciliano (PT). O projeto foi inserido na pauta de votações após a manifestação de diversos deputados, na última terça (23), contra os atos racistas sofridos pelo jogador da seleção do Brasil Vinicius Jr durante partida do Campeonato Espanhol.
– Para o povo brasileiro, o futebol significa a possibilidade de ascensão social e econômica de muitos jovens e adolescentes que se inspiram nos atletas de alta performance, como o Vini Jr. Então, quando atacam esses atletas também estão atacando milhares de meninos e meninas que têm no futebol e na figura desses atletas uma referência positiva – disse Verônica Lima.
A escolha do dia 07 de abril foi pensada no episódio vivido pelo Vasco, em 7 de abril de 1924, quando o clube teve sua inscrição recusada pela Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA). A entidade só permitiria a filiação do clube caso todos os 12 jogadores, negros e operários, fossem dispensados sob a acusação de que teriam “profissão duvidosa” e que não apresentavam “condições sociais apropriadas para o convívio esportivo”.
O Club de Regatas Vasco da Gama se posicionou diante do ocorrido recusando a proposta de excluir seus jogadores e no dia 7 de abril de 1924, o então presidente do clube enviou uma carta resposta ao presidente da entidade, que ficou conhecida como “Resposta Histórica”, e como um marco da luta contra a discriminação racial no futebol brasileiro.
Caso de racismo durante partida de futebol
Durante o jogo entre o Real Madrid e Valência, no último domingo (21), no Estádio Mestalla, a torcida valenciana gritou insultos racistas para o jogador Vinicius Jr do Real Madrid. A partida foi interrompida e até o locutor do estádio teve que pedir para que torcedores parassem de insultar o atacante para que a partida pudesse ser reiniciada.
No final da partida, o goleiro do time adversário, Mamardashvili, partiu para cima de Vini Jr. Logo em seguida, Vinicius sofreu um ‘mata-leão’ do jogador Hugo Duro, foi empurrado e, ao reagir, acabou sendo expulso após análise do VAR. Nenhum dos jogadores do Valência foram punidos até o momento.
O jogador Vinicius Jr sofreu outros episódios de ataques de ódio e racismo durante partidas de futebol, um de maior destaque ocorreu em janeiro deste ano, quando torcedores do Atlético de Madrid penduraram em uma ponte da capital espanhola um boneco com a camisa do Vinícius Júnior e uma faixa escrita “Madrid odeia o Real”.