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Forças de segurança ocupam 10 comunidades da Zona Oeste do Rio

Dois mil agentes atuam nos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio, Itanhangá, Vargem Grande e Vargem Pequena
Foto: Reprodução

As forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro ocupam, desde a madrugada desta segunda-feira (15/07), 10 comunidades de 6 bairros da Zona Oeste do Rio. O objetivo da ação é a retomada de territórios e coibir as disputas entre traficantes e milicianos na região, ocorrem há quase dois anos.

Segundo o Governo do Estado, a operação foi idealizada e pautada por informações de inteligência e definida por informações sobre os casos de crimes nessas regiões. A Zona Oeste do Rio tem sido alvo de intensas disputas territoriais por parte de traficantes e milicianos.

A ação estruturada conta, por dia, com 2 mil policiais militares, civis e agentes do programa Segurança Presente, 300 viaturas, 37 motocicletas e dois helicópteros, apoiados por um grande aparato tecnológico, que inclui drones com câmera de reconhecimento facial e de leitura de placas. Além disso, o Centro Integrado de Comando e Controle Móvel foi instalado ao lado da base do Barra Presente, na Avenida Ayrton Senna.

A operação acontece por tempo indeterminado, na Cidade de Deus, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Morro do Banco, Fontela, Muzema, Tijuquinha, Sítio do Pai João, Terreirão, César Maia. A comunidade de Rio das Pedras é considerada o berço da milícia no estado.

Até às 7h, um homem havia sido preso. Maicon Silva de Paula foi preso em casa, no Beco do Borracheiro, no Recreio, com 101 sacolés de maconha, uma pistola, 15 munições e R$ 60. O caso está sendo registrado na 42ª DP (Recreio).

Disputa territorial

Há cerca de dois anos, moradores dessas comunidades convivem com intensos confrontos e dezenas mortes em função da disputa entre esses grupos criminosos.

Nos últimos dois anos, o Comando Vermelho financiou bandos armados e articulou dezenas de ataques na região. Só em Jacarepaguá, a facção tomou 19 comunidades em 14 bairros diferentes, que antes eram dominadas por paramilitares.

O interesse do Comando Vermelho na região não está apenas em implantações de bocas de fumo. Há alguns anos, o tráfico passou a replicar o modelo da milícia, com exploração da venda de gás e pacotes de internet e até do mercado imobiliário, refletindo também uma diversificação dos negócios escusos da facção.

Atualmente, ainda há quatro favelas em Jacarepaguá que são alvos constantes de ataques do grupo criminoso — como Rio das Pedras, considerado o berço da milícia. Um levantamento da inteligência da PM aponta que o CV domina 1085 localidades em todo o estado — o número é maior do que a soma dos territórios dominados pela milícia e outras facções do tráfico.

Lavagem de dinheiro da criminalidade

De acordo com o governador Cláudio Castro, a ocupação visa coibir a lavagem de dinheiro da criminalidade. “Trabalharemos para a retomada da ordem nessa região que vai do Itanhangá até as Vargens . Livraremos nossa população de um julgo territorial. Retomaremos serviços públicos que, infelizmente, tem sido utilizada por essa criminalidade para obtenção de recursos e lavagem de dinheiro. Combateremos todo tipo de crime: patrimonial, público, ao meio ambiente”, destacou.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a ação também vai fiscalizar o comércio dessas regiões.

“Começamos hoje uma ação estruturada. Uma ação que advém de diversas investigações. Mas, sobretudo, pelo serviço de inteligência e pelos serviços que mostra que a mancha criminal teve um aumento significativo [na região]”, afirmou Castro.

 

Vazamento

Nas redes sociais, neste domingo (14/07), criminosos usaram as redes sociais para alertar sobre a operação desta segunda.

“Papo de intervenção na CDD. Que Deus proteja nós. Que Deus guarde nós. Que Deus livre nós dê toda maldade. Cris é nós”, escreveu um deles.