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Decreto que proíbe a Feira de Acari é publicado

Texto alega necessidade do ordenamento urbano e combate a comercialização de produtos sem procedência e ao crime organizado
Foto: Reprodução da Internet

O decreto que proíbe o funcionamento da Feira de Acari, na Zona Norte do Rio, foi publicado no Diário Ofical do Município, nesta terça-feira (23). O anúncio do fim do tradicional ponto de comércio popular, na Avenida Pastor Martin Luther King Jr., foi feito nesta segunda-feira (22), pelo prefeito Eduardo Paes, que justificou que o espaço não é autorizado e teria ligação com organizações criminosas.

De acordo com o decreto do prefeito, fica proibido o funcionamento da Feira de Acari, em qualquer dia da semana, a partir da publicação. O texto alega a necessidade do ordenamento e desosbstrução do espaço público; a necessidade do combate a eventos irregulares e sem autorização do município, a comercialização de produtos sem procedência e ao crime organizado. O documento diz também que relatórios de inteligência da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) apontaram a ligação da feira com grupos criminosos envolvidos com o tráfico de drogas, roubos de cargas, furto de energia e contrabando.

Segundo o decreto, foi constatado, em toda a extensão do comércio, a venda de eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos, animais silvestres, alimentos não perecíveis, medicamentos, calçados, venenos para ratos e roupas de lojas de departamento pela metade do preço que consta na etiqueta. Há ainda estacionamento irregular, impactando o trânsito da Avenida Pastor Martin Luther King Jr.; quiosques irregulares; barracas de churrasco operando sem regulamento sanitário; banheiros químicos; food trucks e mesas espalhadas, dificultando a passagem de pedestres.

A publicação ainda destaca que, em 2023, 30% dos roubos de carga registrados no Brasil se concentraram no Rio de Janeiro, somando 3.225 casos, de acordo com indicadores do Instituto de Segurança Pública (ISP), e que em 2022, o estado sofreu prejuízo de quase R$ 390 milhões por conta do mesmo crime, conforme levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Nas redes sociais, Paes disse que o secretário Brenno Carnevale foi orientado a se articular com as forças policiais para impedir a instalação da feira.