O compositor, presidente de honra e ex-tesoureiro da Estação Primeira de Mangueira, Hélio Turco, faleceu hoje aos 87 anos. A informação foi confirmada pela agremiação carioca.
Ele é o maior campeão das disputas de samba-enredo da verde e rosa, sendo autor de 16 obras que embalaram os desfiles da segunda maior campeã do carnaval carioca. Sua caneta assinou memoráveis sambas da Mangueira, como “Cem anos de liberdade, realidade ou ilusão?” (1988) e o supercampeonato de “Yes, Nós Temos Braguinha” (1984) — ano em que a escola conquistou dois títulos.
Hélio Turco nasceu no bairro do Grajaú, na zona norte da capital fluminense, e se mudou com seis meses para o Morro da Mangueira. Mas foi somente em 1952 que ele viu um desfile da sua escola do coração, ocupando-se da função de segurar as cordas que delimitavam o espaço de desfiles e separavam os foliões do público que assistia ao espetáculo.
Em 1958, ele entrou para a ala dos compositores na Mangueira e, já no ano seguinte, ganhou seu primeiro samba-enredo: “O Brasil através dos tempos”. O primeiro título embalado por uma obra composta por ele veio em 1960, com “Carnaval de todos os tempos”.
Com o samba “Deu a louca no barroco”, em homenagem a Sinhá Olímpia, Hélio Turco venceu o Estandarte de Ouro de melhor samba-enredo de 1990. Em 2022, o compositor foi novamente homenageado nos 50 anos do prêmio pelos serviços prestados ao samba.
O compositor foi empossado como presidente de honra da agremiação em 2021, ocupando o posto que era de Nelson Sargento — compositor ilustre que faleceu naquele ano. Ao lado do imperiano Aluísio Machado e do portelense David Corrêa (1937-2020), Turco foi exaltado no livro “Três poetas do samba-enredo”, de Rachel Valença, Leonardo Bruno e Gustavo Gasparani.