A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Ambiente e Clima, lançou, nesta segunda-feira (5/6), Dia Mundial do Meio Ambiente, o programa Guardiões dos Mangues. O projeto tem por objetivo recuperar e cuidar da manutenção dos mangues da cidade com a participação dos moradores dos locais beneficiados pelo programa. A cerimônia de lançamento, realizada no mangue da Lagoa Rodrigo de Freitas, em frente ao Parque da Catacumba, contou com as presenças do prefeito Eduardo Paes e da secretária de Ambiente e Clima, Tainá de Paula.
Para o prefeito, o meio ambiente é um ativo econômico da cidade. “As pessoas decidem morar e investir no Rio ou decidem sair e não investir em razão das qualidades ambientais. Se um lugar tem de cuidar da natureza, esse lugar é o Rio de Janeiro. O que me dá esperança e me inspira aqui é que esse programa é gerador de empregos, levando recursos para as comunidades e envolvendo a população na discussão ambiental. Temos um impacto social muito grande”, afirmou Eduardo Paes.
A secretária Tainá de Paula ressaltou que a biodiversidade dos mangues faz com que essas regiões tenham um ecossistema produtivo e benéfico para o equilíbrio do meio ambiente. E destacou o papel que eles têm na regulação das catástrofes climáticas.
“A cidade do Rio carecia de uma política específica para os mangues. Temos dezenas espalhados pela cidade, alguns em favelas e periferias. Estamos em um ano importante de discussão sobre a emergência climática, colocar nossos guardiões dedicados na proteção dos manguezais é uma mudança de paradigma e realidade ambiental da cidade. Mangues saudáveis podem auxiliar na regulação de catástrofes climáticas como enchentes, secas, clima, além de recuperar a degradação dos solos”, disse a secretária.
No total, foram mapeadas oito áreas de mangues no município do Rio: enseadas da Baía de Guanabara; margens das lagoas da Barra da Tijuca; Praia da Brisa, em Pedra de Guaratiba; ao redor da Lagoa Rodrigo de Freitas; reserva Biológica de Guaratiba; a Restinga da Marambaia; além da foz dos Canais de São Fernando e Guandu, em Santa Cruz.
Segundo o biólogo Mário Moscatelli, antigamente, manguezais era tido como algo a ser exterminado. E que felizmente, com o tempo, percebeu-se que eles tem muitas utilidades, como sequestro de carbono e limpeza da água. “A Lagoa Rodrigo de Freitas, que tinha mortandade de peixes, hoje tem sua realidade mudada. Temos até caça submarina atualmente na Lagoa. Tem peixe e a água está transparente. Podemos, claramente, entender nesse Dia do Meio Ambiente que é possível o resgate dos importantes passivos econômicos-ambientais da cidade do Rio. Isso é possível com a articulação do poder público com a iniciativa privada e com a sociedade”, afirma o biólogo.
Serão dez frentes de trabalho, com quatro pessoas em cada uma delas. Os encarregados receberão uma bolsa auxílio no valor de R$ 1.250 mensais, enquanto os demais guardiões receberão R$ 1.000. Todos serão responsáveis pela gestão de cada uma dessas frentes de trabalho, protegendo e reportando situações aos órgãos responsáveis pela manutenção de seus respectivos mangues.