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PF diz ter provas robustas de que ex-diretor da PRF agiu para prejudicar votação de Lula

Silvinei Vasques foi levado para a Superintendência da PF, em Brasília. Ele foi preso nesta quarta-feira a pedido do Supremo Tribunal Federal
Foto: Vinícius Schmidt

Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), preso em Florianópolis (SC), foi levado na tarde desta quarta-feira (09) para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Ele será ouvido na manhã desta quinta (10) e, em seguida, transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, na capital federal. Ele é investigado por suposta interferência no segundo turno das eleições de 2022.

De acordo com as investigações, integrantes da Polícia Rodoviária Federal teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30/10/2022. Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro de 2022, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país sob a alegação de monitorar o transporte de eleitores. As ações foram suspensas após determinação da Justiça Eleitoral.

Segundo a PF, os crimes investigados incluem:

  • prevaricação (que é quando um servidor público deixa de exercer o seu dever),
  • violência política (impedir, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos),
  • impedir ou atrapalhar a votação (crime previsto no Código Eleitoral).

A PF também cumpre 10 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, no Distrito Federal, em Santa Catarina e no Rio Grande do Norte contra diretores da PRF na gestão Silvinei.

Confira a lista de outros alvos da operação.

  • Luis Carlos Reischak, ex-diretor de Inteligência;
    Rodrigo Hoppe, ex-diretor de Inteligência Substituto;
  • Wendel Benevides, ex-corregedor-geral;
    Bruno Nonato, ex-PRF e hoje na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
  • Anderson Frazão, ex-coordenador-geral de Gestão Operacional;
  • Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações; e
    Antonio Melo Schlichting Junior, ex-coordenador-geral de Combate ao Crime.

Ainda como parte da operação, batizada de Constituição Cidadã, a Polícia Federal deve ouvir 47 membros da PRF.

Leia a íntegra da nota da PRF:

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha a Operação Constituição Cidadã, que resultou na prisão do ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, ocorrida na manhã desta quarta-feira (9), em Florianópolis (SC), e no cumprimento de dez mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), determinados pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O Corregedor-Geral da PRF, Vinícius Behrmann, acompanha a operação, desde o início da manhã, na Sede da Polícia Federal, em Brasília. A PRF colabora com as autoridades que investigam as denúncias de interferência do ex-diretor-geral no segundo turno das eleições para a Presidência da República, em 30 de outubro de 2022, com o fornecimento de dados referentes ao trabalho da instituição, como o número de veículos fiscalizados e multas aplicadas nas rodovias federais.

Paralelamente às investigações no STF, foram abertos três processos administrativos disciplinares, no âmbito da PRF, para apurar a conduta do ex-diretor-geral. Os procedimentos foram encaminhados à Controladoria-Geral da União (CGU), órgão com competência para apurar a conduta do ex-diretor-geral da PRF.