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Bangu celebra 350 anos com livro especial sobre as memórias de mais de 30 moradores do bairro suburbano

Obra coletiva com dez autores narra história do bairro através de personagens conhecidos e outras figuras importantes
Imagem: Reprodução

O bairro de Bangu, no subúrbio carioca, completou 350 anos em março. Para homenagear o bairro da Zona Oeste, 10 moradores e apaixonados pelo local famoso pelo calor intenso, lançam um livro especial sobre a história do bairro proletário, que foi urbanizado para atender a antiga Fábrica Bangu.

Os autores do livro reuniram para contar as histórias do bairro, por meio de biografias de 38 personagens, alguns muito conhecidos, outros nem tanto, mas importantes na trajetória e formação do local. Entre eles estão uma menina americana chamada Lucy Judkins, José Mauro de Vasconcelos, autor de ‘Meu Pé de Laranja Lima’, a Miss Bangu, Edda Soares Pinto, o contraventor Castor de Andrade e nomes importantes do futebol, como Domingos da Guia e Zózimo.

A famosa Fábrica de Tecido Bangu, que deu origem ao planejamento urbanístico do bairro e a Fazenda Bangu são os cenários principais do livro, assim como a antiga vila operária, erguida para atender os trabalhadores da fábrica de tecido.

Quem transita pelo tradicional bairro suburbano, vê até hoje, prédios e construções que ajudam a contam a história de Bangu. Além do atual shopping do bairro, localizado na Fábrica Bangu, outros exemplares como o Bangu Atlético Clube, o Estádio Proletário Moça Bonita, e antigas construções nas ruas mais tradicionais do bairro, como as Ruas Bangu, Barão de Capanema e Cônego de Vasconcellos levam os mais curiosos e amantes da história para o final do século 19, quando a Companhia Progresso Industrial do Brasil, adquiriu a propriedade dessas fazendas, onde fundou, no dia 06 de Fevereiro de 1889, a Fábrica de Tecidos Bangu.

Hoje, o bairro ostenta o título de ser o segundo mais populoso da capital. São mais de 200 mil moradores que ajudaram a transformar o bairro em um grande polo comercial, no entorno da estação ferroviária centenária da Central do Brasil

Por estar localizada entre dois grandes maciços cariocas, o da Pedra Branca e do Mendanha, Bangu é conhecido por registrar as maiores máximas da cidade do Rio. Frequentemente, os termômetros do bairro atingem temperaturas acima dos 40°C durante o verão. Mas curiosamente, o local também leva o título de registrar a menor mínima história da cidade.

Essas e outras histórias protagonizam o livro comemorativo dos 350 anos de Bangu. Todos os 10 autores são nascidos e criados em Bangu: Benevenuto Rovere Neto, presidente do Grêmio Literário José Mauro de Vasconcelos, o Museu de Bangu, é autor do livro “Fazenda Bangu: a joia do sertão carioca (Museu de Bangu, 2020)”, Carlos Molinari Rodrigues Severino, formado em Comunicação Social pela UFRJ e Mestre em História pela UnB, além de ser pesquisador do Bangu Atlético Clube, Carolina Teixeira Justino, formada em Design pela UFF e Pós-graduanda em História da Arte Sacra pela FSBRJ, Gerdal José de Paula, jornalista, filho do sonoplasta Geraldo José de Paula, Marcio Keler Cardoso dos Anjos, restaurador de obras de arte e membro da diretoria do Grêmio Literário José Mauro de Vasconcelos (Museu de Bangu).

Completam o coletivo: Maria Eloise Lima Eufrázio, professora de Geografia da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Paulo Vitor Braga da Silva, autor do livro “Fazenda Bangu” e pesquisador da história de Bangu, Renato Soares Bermudas, trineto de Pedro Lima, pedagogo e professor, Rogerio Silva de Melo, presidente do Conselho Regional de Educação Física; Doutor em Educação Física e Vinicius Miranda Cardoso, professor de História, Doutor em História Social (UFRJ) e vencedor do Prêmio do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (2018).

 

Imagem: Divulgação