Neste sábado (02), um grupo de 116 países se comprometeu durante a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP28), que está sendo realizada em Dubai, a triplicar suas capacidades para energias renováveis até 2030, e outros vinte prometeram também triplicar a geração nuclear até 2050, um gesto histórico, mas que também foi alvo de críticas.
Os países se comprometeram a “trabalhar juntos” para aumentar as capacidades renováveis globais (energia eólica, solar, hidroelétrica, etc.) até os 11.000 gigawatts (GW), em comparação com os cerca de 3.400 GW atuais.
Segundo os especialistas, para alcançar a neutralidade de carbono em meados do século é imprescindível reduzir o mais rápido possível a dependência dos combustíveis fósseis. Segundo os especialistas, para alcançar a neutralidade de carbono em meados do século é imprescindível reduzir o mais rápido possível a dependência dos combustíveis fósseis. Ao mesmo tempo, o aceno ao incremento do uso da energia nuclear é um tema delicado há décadas, embora organismos como a Agência Internacional de Energia (AIE) insistam que ambas as opções são totalmente compatíveis.
Ativistas contrários à energia nuclear lembram dos duradouros impactos de acidentes nucleares de Three Mile Island (1979), Chernobyl (1986) e, mais recentemente, Fukushima (2011), que levou vários países, com a Alemanha, a suspender a operação de centrais atômicas, apesar das alegações de que o modelo é seguro. Contudo, fatores políticos, como a guerra na Ucrânia e seus efeitos sobre o suprimento de energia à Europa jogaram dúvidas sobre essas decisões.
Dentro do grupo de 20 países que acertaram triplicar suas capacidades de geração de energia nuclear estão o próprio Japão, que desde setembro conta com 12 reatores em operação, os EUA e a França, onde as centrais atômicas respondem por 63% da matriz energética local.