O Brasil está vivendo uma das piores temporadas de incêndios florestais dos últimos anos. Nesse contexto, a Visão Coop está lançando uma iniciativa que promete enfrentar a crise das queimadas no Brasil com inovação e tecnologia e, para isso, está utilizando a Serra do Vulcão, em Nova Iguaçu, como laboratório de experimentação. O projeto busca desenvolver e testar soluções que possam ser aplicadas em regiões mais afetadas, como a Amazônia, visando não só a mitigação dos impactos das queimadas, mas também a regeneração dos biomas brasileiros.
O desafio da temporada mais crítica
Dados recentes revelam a gravidade da situação: Em menos de um mês, o fogo consumiu 2,5 milhões de hectares da Amazônia. Segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), isso é quase o dobro da média histórica para a área afetada, que é de 1,4 milhões de hectares. Desde o início do ano, a Amazônia já perdeu mais de 4,1 milhões de hectares para os incêndios.
Além da destruição direta, os incêndios também têm causado efeitos devastadores no clima. O monitoramento do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), detectou uma alta concentração de gases poluentes em uma extensa região que vai da Amazônia ao Sul do Brasil, afetando dez estados. A seca extrema, prevista para setembro, poderá agravar ainda mais a situação, com níveis dos rios na região já indicando um cenário preocupante.
O refúgio que resiste e inova
A Serra do Vulcão, em Nova Iguaçu, um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, é não apenas um santuário de biodiversidade, mas, também, um território marcado pela memória ancestral e pela resistência ao racismo ambiental. A região, que abriga mais de 1.100 hectares de mata, sofre anualmente com as queimadas e será o cenário de uma imersão ambiental no dia 14 de setembro.
Organizado pela Visão Coop, em parceria com o Instituto EAE, o evento utilizará a infraestrutura já existente na serra para testar novas tecnologias e estratégias de combate e prevenção a incêndios florestais, que poderão ser aplicadas em larga escala em biomas críticos como o amazônico.
“Estamos em um momento decisivo. Se não agirmos agora, os impactos das queimadas serão catastróficos para o Brasil e para o mundo. Nosso projeto na Serra do Vulcão é uma oportunidade única para desenvolver e refinar tecnologias que possam ser implementadas em larga escala, não apenas para prevenir queimadas, mas também para regenerar os biomas afetados.”, alerta Lennon Medeiros, diretor da Visão Coop.
O futuro do combate às queimadas
Durante o evento, os participantes terão a oportunidade de testar tecnologias emergentes, como drones para monitoramento de áreas de risco, sensores de temperatura para detecção precoce de incêndios, e sistemas de inteligência artificial para prever focos de fogo com base em dados meteorológicos e padrões de desmatamento. Essas tecnologias serão avaliadas em campo, e os resultados servirão como base para um modelo de combate a queimadas que poderá ser aplicado em outras regiões.
Os aprendizados e resultados da imersão serão documentados e transformados em conteúdos educativos, como vídeos, artigos e pílulas de conhecimento, que serão compartilhados amplamente. Dessa forma, a experiência acumulada poderá ser utilizada por outras iniciativas no Brasil e em outros países, promovendo uma rede de soluções colaborativas para os desafios ambientais.
Durante o evento, a Visão também fará o lançamento de uma plataforma online que conectará cientistas de todo o mundo com comunidades locais, com o objetivo de desenvolver novas tecnologias e mapear questões relacionadas a desastres ambientais.
Sobre a Visão Coop
A Visão Coop é uma startup social brasileira que conecta favelados e cientistas com tecnologias para construir inteligência coletiva. Finalistas no BNDES Garagem, desenvolvemos IA para monitorar territórios em tempo real. Líder Ambiental no Startup20, mapeamos ferramentas para regeneração de biomas e adaptação climática em periferias.