Nesta quinta-feira (29), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou novamente que o planeta está “à beira do abismo” por causa das crises ambientais. Ele abriu a 6ª Assembleia ONU para o Ambiente (Unea-6).
“O nosso planeta está à beira do precipício. Os ecossistemas estão em colapso”, disse Guterres em vídeo apresentado na abertura do encontro da Unea-6, o principal órgão de tomada de decisões ambientais do mundo, realizado em Nairobi, no Quênia.
Guterres declarou que o clima está a implodir e a culpa é da humanidade.
“As consequências, desde rios envenenados até a subida dos mares, afetam a todos”, alertou Guterres, acrescentando que “os menos responsáveis são os que mais sofrem”.
O secretário também solicitou que seja feito um trabalho conjunto, a fim de colocar o mundo no caminho da sustentabilidade e acelerar o desenvolvimento para que assim possa ser possível combater a crise.
“Isso significa tomar medidas urgentes para acelerar uma transição justa dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, adaptar-se a fenômenos meteorológicos extremos, proporcionar justiça climática, controlar a poluição e proteger e restaurar os ecossistemas”.
Segundo António Guterres, os países devem definir objetivos nacionais para cumprir esse quadro, ou seja, criar novas contribuições em nível nacional para toda a economia antes de 2025 que estejam em linha com a limitação do aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius.
“Juntos, precisamos que os governos elaborem novo tratado sobre a poluição causada pelo plástico e aumentem o financiamento para o desenvolvimento sustentável e ações climáticas e de biodiversidade nos países em desenvolvimento”, afirmou.
Em mensagem aos líderes da Unea-6, que inclui o presidente queniano, William Ruto, e outros chefes de estado africanos, bem como vários ministros de todo o mundo, Guterres pediu que os países cumpram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
“Vocês têm muitas resoluções importantes, então aproveitem essa oportunidade para pressionar por soluções multilaterais. Vamos fazer o espírito de Nairobi funcionar mais uma vez”, concluiu.
A UneaA-6 reúne mais de 5 mil representantes de governos, da sociedade civil e do setor privado, no complexo da ONU na capital queniana, desde segunda-feira até hoje.
Na sessão deste ano, a sexta desde o lançamento da assembleia em 2014, os países devem avaliar cerca de 19 resoluções que incluem desafios como parar a desertificação, combater a poluição atmosférica ou limitar a poluição química.