A Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ) lança, nesta quarta-feira (21), em parceria com a Secretaria de Esporte e Lazer, o movimento #ELAPODE, de enfrentamento à violência contra a mulher no esporte.
Na semana em que o estado do Rio de Janeiro recebe a etapa do campeonato mundial de surf em Saquarema e se comemora o Dia Internacional do Surf, a modalidade que teve recentemente episódios lamentáveis de violência contra a mulher, a campanha convida atletas, praticantes de surf e de outras modalidades de esporte e a população fluminense a criar uma onda nas redes sociais para exigir respeito e reafirmar o direito de as mulheres estarem onde elas quiserem, jogando bola, fazendo gol, surfando, narrando futebol, apitando jogo, torcendo nas arquibancadas, e sem sofrerem assédio ou agressões físicas e verbais.
– Vamos fazer uma onda gigante contra a violência que atinge as mulheres no esporte. A Secretaria da Mulher tem canais e centros especializados para acolher e apoiar mulheres vítimas de assédio e outros tipos de violência. O movimento #ELAPODE quer estender essas ações para ambiente esportivo, incluindo os estádios – diz a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.
O movimento #ELAPODE convida atletas, esportistas e a população a postar um vídeo ou uma foto com uma mensagem e a hashtag da campanha, marcando o Instagram da SEM-RJ (@secmulherrj). Essas mensagens serão difundidas pelo Brasil e o mundo.
A superintendente de Enfrentamento à Violência contra a Mulher da SEM-RJ, a delegada Tatiana Queiroz, é surfista e relata que o surf vem se tornando um espaço hostil para as mulheres, o que precisa ser combatido:
– A Secretaria de Estado da Mulher está iniciando esta semana o movimento #ELAPODE, contra a violência no esporte. Essa violência se configura de duas maneiras: assédio moral ou sexual, estupro, injúria entre treinadores e meninas que praticam esporte; e a violência contra as mulheres na prática esportiva. No surf, temos vivenciado essas agressões praticadas por homens contra meninas dentro e fora da água. Não se cale. Se você for agredida, relate para alguém e, em casos mais graves, procure a polícia e faça um registro de ocorrência – alerta Tatiana Queiroz.
Para o secretário de Estado de Esporte e Lazer, Rafael Picciani, o esporte possui muitas formas de colaborar com a sociedade:
– Uma delas é demonstrando a igualdade entre gêneros e a importância do respeito ao próximo. O ambiente do surf tem se mostrado altamente eficaz para esse fundamento, pois acolhe jovens, adultos, pessoas mais experientes, pessoas com deficiência e muito especialmente mulheres, o que demonstra que a sociedade precisa aprender com os bons exemplos que o esporte vem trazer. E nós sempre defenderemos esportes livres de preconceito ou qualquer tipo de agressão.
Aplicativo Rede Mulher
Criado pelo Governo do Estado e desenvolvido pela Polícia Militar para socorrer vítimas de violência, o app Rede Mulher tem o botão de emergência que permite contato eletrônico com o 190. No aplicativo, a mulher também pode ser redirecionada para o site da Polícia Civil para fazer um registro de ocorrência on-line. Outra funcionalidade é o modo camuflado, que, quando acionado, muda de aparência e só pode ser acessado por login e senha. Há também um passo a passo de como solicitar um pedido de medida protetiva e uma lista com os centros especializados de atendimento à mulher. Outro ícone importante é o Guardiões, uma rede de apoio com contato de até três pessoas que possam socorrer a vítima em uma situação de emergência.