A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde, realizou nesta sexta-feira (12) a segunda capacitação para acolhimento e manejo de crianças autistas na rede municipal, reunindo dezenas de profissionais de saúde no auditório do Banco Mumbuca, no Centro. O momento de diálogos e trocas entre os participantes tratou de tópicos importantes no cuidado a esse público, como a importância de acolher de forma correta e com sensibilidade as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o papel da escuta e da observação detalhada, sinais que exigem atenção, além das especificidades do atendimento a esse grupo nos serviços.
A roda de conversa foi conduzida por Maria Cecília, fundadora e coordenadora da Casa do Autista e Amanda Pereira Torres, psicóloga do espaço. As palestrantes compartilharam suas experiências profissionais em relação às pessoas com TEA, despertaram o olhar dos participantes para a pluralidade dos indivíduos com esse transtorno e esclareceram dúvidas. Lembrando que a Casa do Autista é gerida pela Secretaria de Assistência Social, onde o atendimento é para pessoas a partir de 12 anos e são realizadas atividades de avaliação, estímulo e reinserção ao convívio social.
A palestrante Maria Cecília destacou o impacto do acolhimento na rede de saúde, principalmente para atender às demandas das crianças com TEA e das mães.
“A Unidade de Saúde da Família (USF) faz a diferença nos grupos de mães com filhos no espectro, principalmente quando elas vão até lá, relatam que são bem acolhidas, atendidas e têm compreensão do processo. Quando temos pessoas capacitadas para atender essa demanda, as mães se sentem respeitadas e temos que nos preocupar com isso. O autista bem acolhido poderá ter menos crises e escutar mais”, afirmou.
Profissionais mais qualificados
Para Berg Mattos, coordenador da Unidade de Pronto Atendimento Municipal (UPAM) Santa Rita, em Itaipuaçu, a formação demonstrou a importância do cuidado com olhar qualificado aos sujeitos.
“Procuramos sempre ser referência no atendimento e no acolhimento ao paciente e essa capacitação é importante para fixar ainda mais isso. Quando a mãe chega e é acolhida, até mesmo pelo maqueiro, pelo assistente ou mesmo o coordenador de acesso, fazemos a diferença e espero que isso seja seguido por todos da área de saúde”, ressaltou.
Atenção à saúde para pessoas com autismo
Maricá oferece atendimentos para pessoas com TEA em toda a rede de saúde. No Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi), há atendimento multiprofissional especializado para crianças e adolescentes no espectro. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Rua Eugênia Modesto da Silva, 363, lote 01, quadra H, Centro, atendendo por demanda espontânea (livre procura) ou encaminhamento de algum serviço.
No Centro Materno Infantil, são oferecidas consultas médicas especializadas voltadas à saúde da criança e adolescente, incluindo apoio diagnóstico e terapêutico. O serviço realiza atendimentos por encaminhamento, com agendamento via Central de Regulação do município, incluindo especialidades como neuropediatria.
Além disso, no Centro de Reabilitação Ambulatorial e Domiciliar (CRAD), no Flamengo, há estimulação precoce dos pequenos de até três anos, com estímulos para contribuir com o desenvolvimento motor e cognitivo. A equipe multiprofissional utiliza abordagens lúdicas em conjunto a técnicas específicas. Essa abordagem é fundamental para a melhoria da qualidade de vida dessas crianças, além de reduzir possíveis sequelas no desenvolvimento.
A estrutura do CRAD inclui salas de atendimento, desenvolvimento infantil, estimulação precoce, multiprofissional, reabilitação motora, espera, reunião, espaço de aprendizado e comunicação, recepção, banheiros adaptados, além de locais direcionados à área administrativa e de convivência. Os agendamentos também são feitos através de encaminhamento.