Ouça agora

Ao vivo

Vasco e Inter fazem ação contra racismo em São Januário pelo Brasileirão
Destaque
Vasco e Inter fazem ação contra racismo em São Januário pelo Brasileirão
Alexandre de Moraes decide manter a validade da delação de Mauro Cid
Brasil
Alexandre de Moraes decide manter a validade da delação de Mauro Cid
Rio aprova lei para proteger e reintegrar vítimas de trabalho escravo
Destaque
Rio aprova lei para proteger e reintegrar vítimas de trabalho escravo
PF indicia Bolsonaro e mais 36 em inquérito sobre tentativa de golpe
Brasil
PF indicia Bolsonaro e mais 36 em inquérito sobre tentativa de golpe
Festival Botecar chega ao Rio de Janeiro com variedade de petiscos criativos
Destaque
Festival Botecar chega ao Rio de Janeiro com variedade de petiscos criativos
Guapimirim celebra o ‘Fantástico Natal de Guapi’ com atrações mágicas e inclusivas
Baixada Fluminense
Guapimirim celebra o ‘Fantástico Natal de Guapi’ com atrações mágicas e inclusivas
Shopping Nova Iguaçu tem 300 vagas de emprego temporárias
Nova Iguaçu
Shopping Nova Iguaçu tem 300 vagas de emprego temporárias

Rio perdeu mais de 40% de embarques aéreos entre 2014 e 2022

Total passou de 13,3 milhões, em 2014, para 7,8 milhões, ano passado
Imagem: Reprodução

A cidade do Rio de Janeiro teve uma redução expressiva na movimentação de passageiros aéreos entre os anos de 2014 e 2022. A queda pode ser parcialmente explicada pela pandemia de covid-19, que causou um forte impacto no setor da aviação mundialmente, mas não foi o único motivo.

Segundo dados da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), o total de viajantes que embarcam nos aeroportos do Rio (Galeão e Santos Dumont), tanto com destino a outras cidades quanto para o exterior, atingiu seu maior volume em 2014: 13,3 milhões.

Em 2022, os embarques somaram 7,8 milhões, ou seja, 41% (5,5 milhões) a menos que em 2014. Mesmo em 2019, portanto antes da pandemia, o número de embarques nos dois aeroportos já havia caído 15% em relação a cinco anos antes, para 11,3 milhões, depois de consecutivas quedas – a única exceção foi uma leve alta de 2016 para 2017.

Neste ano, se mantida a tendência registrada nos sete primeiros meses, os dois aeroportos devem fechar com pouco mais de 9 milhões de embarques.

A perda foi sentida principalmente no Aeroporto Internacional do Galeão, cujos embarques caíram 19% de 2014 a 2019 e 66% de 2014 a 2022. O Santos Dumont também teve queda no período de 2014 a 2019 (-8%), apesar de ter apresentado alta na comparação de 2022 com 2014 (2%).

Os dados mostram, no entanto, que os passageiros perdidos pelo Galeão não foram absorvidos pelo Santos Dumont, já que, apesar de o aeroporto doméstico ter aumentado em 90 mil seu número de embarques de 2014 a 2022, o Galeão perdeu muito mais: 5,6 milhões de passageiros.

Enquanto isso, em São Paulo, os dois aeroportos (Guarulhos e Congonhas) tiveram aumento de 15% nos embarques entre 2014 e 2019 e uma queda de apenas 8% na comparação de 2022 com 2014.

Para Elton Fernandes, professor do Programa de Engenharia de Transportes do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é preciso que os governos e empresários assumam responsabilidades para que o Rio volte a ter importância em nível nacional e internacional, atraindo, com isso, mais viajantes para a cidade.

Rafael Castro, especialista em aeroportos e professor do curso de graduação em Turismo do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cefet-RJ), afirma que apenas a transferência de voos do Santos Dumont para o Galeão não será suficiente para resolver o esvaziamento do aeroporto internacional. E que essa medida é apenas uma solução emergencial.

Segundo ele, é preciso, por exemplo, haver melhorias no acesso ao terminal por transporte público e investir em segurança pública. Além disso, é preciso atrair mais turistas para a cidade.

“É superimportante que o Rio consiga dinamizar sua economia e estimular o turismo”, afirma Castro. “Tem que haver um comprometimento de várias entidades, prefeitura da cidade, governo do estado, Ministério do Turismo, Anac, Ministério dos Portos e Aeroportos, Embratur. Tem que haver um fortalecimento grande do turismo na cidade e no estado. O Rio de Janeiro é uma cidade que tem um apelo turístico muito maior do que outras cidades. É a cidade que vem na mente de qualquer turista estrangeiro.”

A secretária municipal de Turismo do Rio, Daniela Maia, disse que a cidade vem buscando aumentar seu número de visitantes por meio da realização de grandes eventos, da divulgação em feiras internacionais e em investimentos em novos roteiros turístico-culturais.

“O Rio vem atraindo e investindo em grandes eventos em varias áreas do turismo, como tecnologia, WebSummit, gastronomia, 50 Best, esporte, Rio Open, shows, Alok, Paul McCartney, festivais culturais, e feiras, como Abav, a maior feira de turismo da América do Sul. Estamos ampliando o projeto de Nômades Digitais internacionalmente, passamos a fazer parte do WTCF, World Tourism Cities Federation, como uma forma de atrairmos também o mercado chinês. Além de investimentos na aérea de audiovisual, novos roteiros turísticos, cultura, investimento para o reequilíbrio do aeroporto Galeão para recebermos um maior número de voos nacionais e internacionais. Presença em feiras nacionais e internacionais. Estamos trabalhando com entusiasmo”, afirmou a secretária.

O secretário estadual de Turismo, Gustavo Tutuca, atribui a queda de passageiros aéreos na cidade a fatores como a crise financeira enfrentada pelo estado após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, à pandemia e também a um desequilíbrio entre o Galeão e o Santos Dumont.

“A Secretaria de Estado de Turismo tem negociado com diversas companhias aéreas o retorno dos voos internacionais para o Rio e já tivemos adesão de gigantes do mercado como British Airways, TAP, United Airlines, Delta, American Airlines e Ita Airways. Em relação ao mercado doméstico, estamos fazendo um trabalho de promoção do estado nas principais cidades emissoras de turista, com o projeto O Rio Continua Lindo. E perto!.”

Segundo Tutuca, a decisão do governo federal de restringir os voos no Santos Dumont “vai potencializar o Galeão, equilibrando as operações”.

“Além disso, o governo do estado tem concedido incentivo fiscal às companhias aéreas no aeroporto Galeão. Temos muita esperança que o Rio de Janeiro vai recuperar esse protagonismo. Já estamos no caminho certo para isso”, disse o secretário.