Nesta sexta-feira (14), o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a Rússia está disposta a “negociar a paz” e faz exigências para aceitar acordo. Para o presidente russo, o cessar fogo pode acontecer se a Ucrânia abandonar suas ambições na Otan e retirar suas forças de quatro regiões ucranianas reivindicadas por Moscou.
“Assim que Kiev começar a retirada efetiva das [suas] tropas [das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporíjia], e assim que notificar que abandona seus planos de ingressar na Otan, daremos imediatamente, neste mesmo minuto, a ordem de cessar-fogo e iniciaremos as negociações” afirmou Putin, diante de funcionários do Ministério das Relações Exteriores do país.
Ucrânia respondeu a declaração
O assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak afirmou à agência Reuters que as condições de Putin equivaliam a propor que a Ucrânia admitisse a derrota e renunciasse à sua soberania.
Não há “nenhuma possibilidade de chegar a um acordo” com base no que Putin propôs, segundo ele.
G7
A 50ª edição da cúpula do G7 — os sete países mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, além da União Europeia) — começou ontem na Itália. Os países do grupo acordaram um empréstimo bilionário para a Ucrânia, usando juros gerados por ativos russos congelados pelo Ocidente.
“Confirmo-lhes que chegamos a um acordo político para dar um apoio financeiro adicional à Ucrânia de aproximadamente US$ 50 bilhões (cerca de R$ 268 bilhões) até o fim deste ano”, disse a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anfitriã do encontro.
Por sua vez, os presidentes Joe Biden (EUA) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia) anunciaram um acordo de segurança com duração para os próximos 10 anos, a fim de apoiar a ex-república soviética diante da invasão russa.
Cúpula da paz
A Cúpula de Paz na Suíça, que ocorrerá entre os dias 15 e 16 de junho de 2024, é um encontro internacional que visa angariar apoio para o fim do conflito na Ucrânia. O evento, que será realizado na região de Lucerna, já contou com a confirmação de cerca de 90 países e organizações internacionais, incluindo a Ucrânia, que lidera o esforço de paz. O objetivo principal da cúpula é dar início ao processo de paz na Ucrânia, que enfrenta uma guerra contra o vizinho desde 2014.
O Brasil decidiu não participar da cúpula, reiterando sua posição de que a solução para a guerra deve ser encontrada por meio de negociações diretas entre a Ucrânia e a Rússia. A cúpula também contará com a participação de países do Sul Global, que buscam fortalecer sua influência internacional em questões de paz e segurança.