A Prefeitura do Rio iniciou, na manhã desta terça-feira (20), um processo de naturalização da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul, que tem o objetivo de diminuir os alagamentos crônicos em dois pontos da ciclovia. O projeto é assinado pelo biólogo Mário Moscatelli e pela paisagista Carolina Moscatelli.
É comum o final da ladeira do heliponto, próximo ao Parque dos Patins, sofre com alagamentos. Já a ciclovia em frente ao Parque Cantagalo, também possuí um local que alaga. Por essas questões, a prefeitura optou por construir rotas alternativas nestes pontos e, agora, o processo de naturalização vai reintegrar esses locais à lagoa.
Mário Moscatelli, que há 34 anos é responsável pela revitalização ambiental da Lagoa, explicou o motivo destes alagamentos e fez um recorte histórico. “Desde 1923, a Lagoa Rodrigo de Freitas já encolheu cerca de 50% em decorrência do avanço urbano. O solo, em alguns trechos da Lagoa, não foi preparado para o aterramento, é altamente deformado. Por isso, a água invade a ciclovia nestes trechos”, explicou.
A solução que o biólogo propôs é devolver, para a lagoa, estes trechos que ficam alagados. “Estaqueamento seria uma obra muito cara. Então, eu pensei em devolver essas áreas que ficam alagadas para a própria água. Em termos de área, é um processo simbólico. Antigamente, a Rua Jardim Botânico, o Clube do Flamengo e o Hipódromo eram a lagoa”, comentou Moscatelli.
Ao todo, serão 2.600 metros devolvidos para o espelho d’água e as rotas alternativas feitas pela prefeitura se tornarão definitivas. Em parceria com a Rio-Águas, a Subprefeitura da Zona Sul também participa do projeto e prevê a conclusão da iniciativa em até dois meses.
Flávio Valle, subprefeito da Zona Sul, disse que os alagamentos não são provenientes das chuvas. “As pessoas associam o alagamento com a chuva e não é verdade, é a água da lagoa. Tanto que em dias de sol, esses trechos também alagavam”, explicou o subprefeito.
Flávio ainda disse que existe um estudo há mais de um ano para mitigar esses alagamentos. “A gente está há um ano e dois meses estudando o que fazer nesses dois pontos. Desde então, começamos a pensar em um projeto sustentável e que solucionasse estes problemas. Foi quando pensamos no ‘síndico’ da Lagoa [Mário Moscatelli], que doou esse trabalho pra gente”, disse.