Ouça agora

Ao vivo

Três apostas acertam as seis dezenas da Mega-Sena
Brasil
Três apostas acertam as seis dezenas da Mega-Sena
Polícia Federal realiza operação contra extração ilegal de areia em Seropédica
Baixada Fluminense
Polícia Federal realiza operação contra extração ilegal de areia em Seropédica
PMs vão passar por treinamento para identificar atos racistas e atender vítimas nos estádios
Destaque
PMs vão passar por treinamento para identificar atos racistas e atender vítimas nos estádios
ANS suspende comercialização de nove planos de saúde
Brasil
ANS suspende comercialização de nove planos de saúde
Maracanã tem novo espaço para atender mulheres vítimas de violência
Destaque
Maracanã tem novo espaço para atender mulheres vítimas de violência
PM apura possíveis abusos em abordagem a adolescentes negros no Rio
Destaque
PM apura possíveis abusos em abordagem a adolescentes negros no Rio
Fluminense e Inter empatam no Maracanã e ambos se mantem na mesma posição no Brasileirão
Esportes
Fluminense e Inter empatam no Maracanã e ambos se mantem na mesma posição no Brasileirão

Processo da Aneel avança e pode levar à cassação da concessão da Light, uma das piores distribuidoras de energia do país

A constatação da área técnica da Aneel confirma a difícil situação dos clientes da empresa no Rio de Janeiro diante dos péssimos serviços prestados pela companhia
Foto: Reprodução

Um novo passo no processo administrativo, movido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi dado e pode levar à cassação da concessão da Light (LIGT3), empresa distribuidora que atende consumidores em 31 municípios no estado do Rio de Janeiro.

O regulador sorteou o relator responsável por acompanhar o caso, que ficará sob a responsabilidade do diretor Hélvio Neves Guerra. A situação é preocupante para a empresa, especialmente considerando que enfrenta um processo de recuperação judicial.

O processo em questão está sendo acompanhado de perto pela Superintendência de Fiscalização Econômica, Financeira e de Mercado da Aneel e foi iniciado em 22 de junho, mantendo-se sob sigilo. De acordo com as informações do processo, trata-se de um termo de intimação emitido pela área técnica para informar a empresa sobre a possibilidade de aplicação de penalidades de caducidade. Esse termo foi emitido no início de julho pela agência, após constatar que o Plano de Resultados apresentado pela distribuidora não continha ações suficientes para garantir de maneira inequívoca a melhoria do desempenho e a recuperação da sustentabilidade econômico-financeira da concessão.

A constatação da área técnica da Aneel confirma a difícil situação dos clientes da empresa no Rio de Janeiro diante dos péssimos serviços prestados pela companhia: falta de energia por períodos longos, de até 48 horas; variações de tensão, queixas sem respostas e soluções morosas são alguns dos problemas.

Esse quadro fático se soma à fragilidade de caixa da empresa, o que a levou à recuperação judicial. A gravidade da situação econômico-financeira da Light é bastante para provar a incapacidade da empresa de continuar à frente da distribuição de energia no Rio. Diante deste panorama sombrio, a renovação da concessão seria uma afronta ao interesse público e ao povo do Rio de Janeiro.

A Aneel solicitou à empresa que se manifestasse quanto à intenção de apresentar um plano de recuperação das condições econômico-financeiras da concessão ou um plano de transferência de controle societário, conforme autorizado pela legislação. No entanto, a agência também informou que, até o momento, a empresa estava adimplente com suas obrigações intrassetoriais, sem suspensão ou postergação de pagamentos, o que inclui contratos com geradoras, transmissoras e o pagamento dos encargos setoriais. Além disso, a empresa manteve suas obrigações com fornecedores de serviços, equipamentos, mão de obra e funcionários integralmente preservadas.

O processo na Aneel coloca ainda mais pressão sobre o grupo Light, que já enfrenta dificuldades financeiras ao estar em recuperação judicial. O pedido de recuperação foi feito através da holding Light SA, uma vez que a legislação impede que concessionárias de serviços de energia solicitem proteção judicial diretamente. Contudo, a companhia solicitou ao juiz a extensão do período de stay para suas controladas de distribuição e geração, alegando que a holding é coobrigada nas dívidas das subsidiárias, sendo a maior parte das dívidas concentrada na distribuidora.

Nas últimas semanas, a agência havia afastado a possibilidade de uma medida mais extrema em relação à Light. Em resposta a questionamentos, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, reiterou que o órgão regulador estava monitorando de perto a situação da distribuidora e que atuaria caso identificasse qualquer transgressão que colocasse em risco a prestação de serviços aos consumidores atendidos pela empresa.

Além da Aneel, o Ministério de Minas e Energia (MME) também está acompanhando atentamente a situação da empresa. Recentemente, o ministério criou um grupo de trabalho para analisar a sustentabilidade das concessões de distribuição de energia de empresas como a Amazonas Energia, Light (Light SESA) e Enel Rio. O grupo de trabalho foi estabelecido com o propósito de fornecer assessoramento consultivo e realizará reuniões semanais, podendo também convocar sessões extraordinárias conforme necessário. O prazo para a apresentação do relatório sobre a situação das concessões e propostas para sua sustentabilidade é de até 90 dias, prorrogáveis, e o relatório será encaminhado ao gabinete do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

A situação delicada da Light atrai a atenção dos investidores e analistas do mercado financeiro, que estão atentos aos desdobramentos dessa questão.