Cinco policiais penais receberam, juntos, o total de R$ 430 mil por ajudar a facção criminosa ‘Povo de Israel’, grupo de presos que pratica falso sequestro de dentro do presídio. São eles: Fabio Ferraz Sodré, Bruno Henrique Rodrigues Baldi, Plinio Brum Almada, João Paulo de Souza Nascimento e Anderson Vieira de Souza. A Justiça do Rio pediu o afastamento destes agentes após identificar que todos eles receberam pagamentos do grupo.
Os cinco foram afastados nesta terça-feira (22/10) pela Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap). O valor recebido pelos policiais não chega nem perto do total movimentado pela facção. Segundo a Polícia Civil, a facção que surgiu nas penitenciárias movimentou cerca de R$ 70 milhões ao longo de dois anos, por meio das extorsões e do tráfico de drogas.
A Seap informou que entre os policiais penais investigados pela Polícia Civil, dois deles estão respondendo a processos administrativos da Corregedoria e um deles já está preso. “É importante destacar que, além do monitoramento, a Seap tem intensificado as ações de combate da atuação desse grupo, que teve como resultado, nos últimos dois anos, na apreensão de 6.921 celulares nas 13 unidades de atuação do Povo de Israel. Também vale ressaltar que a Seap também reforçou o combate à ação de servidores da secretaria envolvidos em atividades ilícitas, tendo detido, entre 2022 e 2024, 50 policiais penais, o que resultou em 13 demissões”, disse a secretaria.
Ainda nesta terça-feira (22/10), a Seap anunciou uma licitação para a compra de bloqueadores de celulares para unidades do Complexo Penitenciário de Gericinó.
O que é o Povo de Israel?
Alvo de uma operação da Polícia Civil, nesta terça-feira (22), o ‘Povo de Israel’ surgiu há 20 anos nos presídios do Rio de Janeiro. A facção criminosa é investigada por aplicar o golpe do falso sequestro de dentro de presídios, além de tráfico de drogas, e movimentou cerca de R$ 70 milhões em dois anos, lavados por meio de laranjas e empresas de fachada.
Segundo a Delegacia Antissequestro (DAS), que realizou a ação desta terça-feira, a facção surgiu no ano de 2004, após a separação de criminosos, por conta de desavenças em uma rebelião. A organização criminosa, atualmente, conta com cerca de 18 mil presos e já ocupa 13 unidades prisionais – chamadas pelos detentos de aldeias. O número representa 42% do efetivo prisional e a base da quadrilha é o Presídio Nelson Hungria (Bangu 7), no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste.