Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (21) pela Ember, organização sediada em Londres, na Inglaterra, o Brasil superou pela primeira vez, a fatia de um quarto de sua eletricidade gerada a partir de energia eólica e energia solar.
Segundo o levantamento, feito com base nos dados públicos da Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as energias eólica e solar responderam por 27% da eletricidade brasileira em julho.
“O Brasil está agora entre os 25 países do mundo que atingiram a marca de um quarto de energia eólica e solar em um mês inteiro”, diz Nicolas Fulghum, analista de dados da Ember, em nota.
Ao todo, 19% da eletricidade (10 terawatt-hora) veio da energia eólica e 8% (4,1 terawatt-hora) da energia solar. A energia eólica é gerada a partir de turbinas que utilizam a força dos ventos e a solar, usualmente via painéis fotovoltaicos que captam a luz do sol.
Os combustíveis fósseis, transformados em eletricidade em termelétricas, foram responsáveis por outros 8,9% do total, enquanto as hidrelétricas superaram 60%.
A taxa de crescimento de energia eólica e energia solar no Brasil está ainda acima da média global, segundo a organização.
“Sua ambição está impulsionando o país rapidamente, com a taxa de crescimento anual de energia eólica e solar de 37% em julho, acima da média global. Houve uma mudança real na transição de energia limpa do Brasil, com o crescimento da energia eólica e solar neste ano duas vezes mais rápido do que em 2022”, diz Fulghum.
No acumulado do ano, o combo de energias eólica e solar gerou 19% da eletricidade no Brasil. No mesmo período de 2022, a fatia havia sido de 15%.
A energia hidrelétrica é a grande líder no país, com 70% no acumulado do ano (frente a 73% no mesmo período de 2022).
As importações e implantações de painéis solares, segundo a Ember, tiveram ritmo recorde do ano passado, mantido no primeiro semestre, o que tem ajudado a ampliar a oferta.
Assim, o crescimento de novas energias renováveis e o regime de chuvas favorável – que tem mantido os reservatórios de hidrelétricas em níveis elevados mesmo na estação seca – devem fazer com que a participação dos combustíveis fósseis no Brasil siga em queda, de acordo com a instituição.