O representante do Fundo de População das Nações Unidas, Dominic Allen, alertou neste domingo, que as 50 mil mulheres grávidas que vivem na Faixa de Gaza enfrentam um pesadelo com o sistema de saúde à beira do colapso.
Allen destacou que o sistema de saúde de Gaza, que já estava em estado crítico, foi agravado em meio à reação israelense à ofensiva terrorista deflagrada pelo Hamas em 7 de outubro.
“Gaza está sob ataque, à beira do colapso, e estas mulheres grávidas que nos preocupam seriamente não têm para onde ir. Elas estão enfrentando desafios impensáveis”, afirmou Allen.
Segundo o representante do organismo da ONU responsável por questões populacionais, cerca de 5 mil das 50 mil grávidas devem dar à luz no próximo mês, e algumas delas podem enfrentar complicações no parto.
“Imagine passar por esse processo nessas fases finais e no último trimestre antes do parto, com possíveis complicações, sem roupas, sem higiene, sem apoio, e sem ter certeza do que o dia seguinte, a próxima hora, o próximo minuto trará para si e para seu filho ainda não nascido”, disse Allen, que classificou os relatos ouvidos em hospitais como “angustiantes”.
Após o ataque letal do grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro, Israel decretou estado de sítio “total” na Faixa de Gaza, já sob bloqueio há 16 anos, para que nenhum alimento, água, nem eletricidade entre neste pequeno território onde vivem 2,4 milhões de pessoas.
Segundo o Ministério de Saúde da Palestina, os ataques israelenses na Faixa de Gaza mataram 2.329 pessoas e deixaram mais de 9 mil feridas;
O papa Francisco lançou, neste domingo (15), um apelo à criação “urgente” de corredores humanitários para os habitantes da Faixa de Gaza, bombardeada e sitiada por Israel.