A música tem o poder de curar, acalmar e inspirar. Em ambientes hospitalares, ela tem sido utilizada como ferramenta complementar nos cuidados dos pacientes. Há cerca de um ano, a musicoterapia se tornou parte importante da rotina do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) e, neste mês de abril, também passou integrar as ações do recém-inaugurado Hospital Iguassú Maternidade Mariana Bulhões, oferecendo momentos de conforto, e bem-estar para as gestantes, puérperas e funcionários.
Em comemoração ao Dia Mundial da Voz, celebrado em 16 de abril, a apresentação desta segunda-feira (15) ficou por conta da cantora Ana Lívia Almeida, de 18 anos, que atua há cerca de um ano com música em hospitais. Diagnosticada com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), ela contou que a música é essencial em sua vida, pois uma das formas que encontrou de se regular emocionalmente é cantando. E foi assim, no estilo voz e violão, que Ana chamou a atenção das pacientes e funcionárias do Hospital Iguassú Maternidade Mariana Bulhões, oferecendo uma tarde de emoção e conforto através das canções. Ela visitou os setores de internação de longo período das gestantes, a recepção e os quartos das mães que acabaram de ganhar bebês.
“A receptividade é sempre muito maravilhosa. É muito satisfatório ver como os pacientes ficam felizes em receber a canção e o sentimento que isso gera neles”, ressalta Ana Lívia.
O projeto de musicoterapia é feito por voluntários com experiência de atuação em hospitais, com foco no acolhimento humanizado. Os músicos trazem instrumentos, conforme as determinações internas, e visitam os setores fazendo apresentações que incluem um repertório variado de canções, como a MPB (música popular brasileira), gospel, ou alguma outra específica que o paciente peça. As visitas acontecem pelo menos duas vezes por mês.
“Além dos benefícios terapêuticos, a música também pode melhorar o quadro de saúde de cada paciente, reduzindo o tempo de internação, promovendo a interação social e a aceitação aos tratamentos, oferecendo um ambiente tranquilo e acolhedor”, destaca o secretário municipal de Saúde de Nova Iguaçu, Luiz Carlos Nobre Cavalcanti.
Emoção no HGNI
Pela manhã, Ana Lívia visitou o HGNI, onde encontrou um público em tratamento para problemas de saúde. Na unidade, ela percorreu os setores de enfermaria, cantando para os pacientes internados e seus acompanhantes, e na sala de alta, onde as pessoas aguardavam seus familiares para voltarem à sua rotina após um período de internação.
Uma das pessoas que elogiou a apresentação e o projeto foi a aposentada Solange Vasconcellos, de 60 anos, que é acompanhante de José Vaz, de 94 anos, seu tio. A música veio como uma mensagem de força para ela, que está enfrentando este momento difícil de internação do seu parente, junto com o apoio de sua família.
“A música é sempre muito inspiradora. Ela nos deixa mais tranquila, ameniza a nossa dor, dá esperança, principalmente essa canção evangélica que toca meu coração. Eu estou muito emocionada”, conta Solange.
Durante esse primeiro ano de projeto de musicoterapia, o HGNI e a antiga Maternidade Mariana Bulhões já receberam apresentações desde a voz e violão, saxofone, trompete, a samba, pagode e até mesmo músicas de escola de samba.