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Motorista da Limppar relata problemas nos freios e na embreagem em caminhão envolvido em acidente fatal em Belford Roxo

Deazir Cosme Teixeira dos Santos perdeu o filho, que também trabalhava na empresa
Foto: Reprodução

Motorista do caminhão de coleta de lixo da empresa Limppar que se envolveu em um acidente em Belford Roxo, no dia 12 de junho, Deazir Cosme Teixeira dos Santos, de 49 anos, usou suas redes sociais para contar o drama que está vivendo após a morte do filho Hariel Miguel, de 23 anos, no incidente. O rapaz estava em seu primeiro dia na empresa e começava a realizar o sonho de trabalhar ao lado do pai.

Em seu relato, Santos afirma que a empresa Limppar disponibilizou um caminhão com problemas mecânicos, que acabou colocando a vida deles em risco.

“Infelizmente, estava em um caminhão com freio de mão comprometido e com embreagem ruim, tanto que ele só subia de ré, porque de frente era perigoso”, afirma Santos, contando como foi o acidente antes de parar na piscina de uma casa. “Eu joguei o caminhão para o lado, tirando de uma criança que estava na calçada. Tirei de uma casa que eu ia atravessar e matar um montão de gente. Joguei para o lado direito, pensando em salvar a minha vida e a dos meus coletores, joguei num terreno, mas por fatalidade, tinha uma piscina. Foi ali que meu filho morreu, por traumatismo craniano.”

O motorista, que está sofrendo com fortes dores na coluna e está pedindo auxílio financeiro por meio de depósitos por PIX para a realização de uma ressonância magnética, lamenta que o fiscal tenha liberado o caminhão com problemas.

“Eu, no lugar do fiscal, não deixaria um caminhão sair se estivesse ruim”, afirma ele.

Sempre se referindo ao filho como “meu príncipe”, Santos diz que Miguel trocou um emprego de quatro anos para ser um dos coletores da equipe do pai. “Perdi meu amor, perdi minha vida. Não tenho mais alegria”.

Além de Santos e Miguel, Jhony Messias, de 21 anos, era outro ocupante do caminhão e também sofreu ferimentos.

A Limppar está envolvida em processo no Tribunal de Conta do Estado (TCE). O órgão constatou que a prestadora de serviços causou um prejuízo de mais de R$ 40 milhões aos cofres de Belford Roxo, com alteração da quantidade de lixo recolhida para aumentar a verba que receberia do município. Mesmo a Prefeitura optando por não continuar com o contrato, a Limppar conseguiu uma decisão judicial para permanecer à frente das atividades em Belford Roxo.