Na terça-feira, aos 90 anos de idade, faleceu a renomada atriz Lea Garcia. Ela estava presente no Festival de Gramado, onde seria honrada com o troféu Oscarito em reconhecimento à sua carreira. A notícia foi confirmada pelos familiares de Lea através das redes sociais. A causa do falecimento foi um infarto, conforme informado pelo seu filho.
Durante todos os dias do festival, Lea esteve presente, interagindo e participando ativamente. Ela inclusive posou sorridente ao lado do troféu Kikito. A carioca Léa Lucas Garcia de Aguiar iniciou sua trajetória nos palcos aos 19 anos de idade, ao estrelar a peça “Rapsódia Negra”, escrita por Abdias do Nascimento.
Ela fez sua estreia na televisão no Grande Teatro da TV Tupi ainda na década de 50. Foi para a Globo em 1970 na novela Assim na Terra como no Céu, na qual interpretou Dalva, a empregada do personagem de Jardel Filho. Em 1972, participou do primeiro programa gravado inteiramente em cores no Brasil: um episódio de Caso Especial chamado Meu Primeiro Baile. Em 1976, Léa interpretou sua primeira vilã em “Escrava Isaura”. O papel de Rosa fez Léa ser reconhecida pelo público, mas também lhe rendeu problemas: a atriz chegou a sofrer violência física de telespectadores que odiavam a personagem.
Além de referência, Léa foi grande investidora do cinema negro brasileiro. Como roteirista, adaptou para as telas textos de autores negros como Cidinha da Silva, Luiz Silva Cuti e Muniz Sodré. Ela também participou de filmes como “As Filhas do Vento” (2005), que tem questões raciais como temática central e foi realizado por um elenco negro.