O ministro da Justiça, Flávio Dino, cobrou esclarecimentos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em relação a abordagem de agentes que atiraram contra um carro e atingiu uma criança de três anos, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, na noite da última quinta-feira (07).
Em suas redes sociais o ministro classificou a ocorrência como uma “tragédia”.
Sobre a tragédia com uma criança de 3 anos no Rio de Janeiro, já solicitei esclarecimentos e providências aos órgãos de direção da PRF naquele Estado. Estou aguardando a resposta, que será comunicada imediatamente. E mandei acelerar a revisão da doutrina policial e manuais de…
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) September 8, 2023
Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, foi baleada quando passava pelo Arco Metropolitano, em Seropédica, na Baixada Fluminense. Ela foi socorrida para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde passou por uma cirurgia. Segundo a unidade de saúde, a criança está internada no CTI e seu estado é grave.
A criança estava no carro com os pais, a irmã de 8 anos, e a tia, quando disparos foram efetuados contra o veículo. Os parentes dizem que os tiros partiram de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo o pai, William Silva, que dirigia o veículo, ele passou pelo posto da PRF e não foi abordado em nenhum momento, mas percebeu que uma viatura da polícia passou a segui-lo e ficou muito próximo ao seu carro.
“A Polícia Rodoviária Federal estava parada ali no momento em que a gente passou. A gente passou e eles vieram atrás. Aí eu falei: bom, tudo bem, eles não sinalizaram para parar. E aí, como eles estavam muito perto, eu dei seta e, neste momento, quando meu carro já estava quase parado, eles começaram a efetuar os disparos”, explicou William Silva, pai de Heloísa.
Ainda segundo William, a reação dele foi sair o mais rápido possível do carro para os policiais verem que se tratava de uma família. “Eu coloquei a mão para o alto, saiu todo mundo, só a minha menorzinha que ficou dentro do carro. Aí foi a hora que eu entrei em choque, em desespero”, lamentou.
Em nota, a PRF informou que os policiais envolvidos foram afastados de suas funções de forma preventiva até que o caso seja apurado pela corregedoria da corporação. (Leia a nota completa no fim da reportagem).
O carro dirigido por William era roubado. O motorista e pai da criança disse que comprou o veículo recentemente e que não sabia que estava em situação irregular.