Marta não esconde as emoções. Leva as mãos ao rosto, tem o semblante fechado e o olhar vidrado no gramado, enquanto o observa o Brasil sair atrás da França ainda no primeiro tempo do duelo pela Copa do Mundo Feminina. Em um momento de nervosismo, tensa com o resultado parcial, ainda grita de frustração na beira do campo. Em campo, foram só 14 minutos.
O único momento de alívio para a camisa 10 foi quando viu a companheira Debinha mandar a bola para o fundo das redes e empatar o confronto: 1 a 1. Ela entrou aos 40 minutos do segundo tempo, pouco depois do segundo gol da França, e mais uma vez passou em branco.
As francesas dominaram o primeiro tempo, investindo em lances aéreos, e não à toa abriram o placar dessa forma, com a artilheira Le Sommer, aos 16 minutos. O Brasil, com menor posse de bola, teve menos chances e as poucas oportunidades que teve, terminou desperdiçando – como no chute de Adriana, aos 22 minutos. O que só aumentou o nervosismo da camisa 10 brasileira.
Não houve mudanças para o segundo tempo, mas o Brasil precisou de 12 minutos para mudar o placar, quando Kerolin arriscou o chute, travou na marcação, e a bola sobrou para Debinha balançar as redes e empatar: 1 a 1.
Marta atuou 15 minutos na estreia, na goleada contra o Panamá, e 14 minutos neste sábado. Nas suas cinco Copas do Mundo anteriores, a camisa 10 sempre havia mercado ao menos uma vez nas duas primeiras rodadas. Se balançar as redes na próxima rodada, a craque pode ser a primeira jogadora a fazer gols em seis Mundiais distintos.
Dos 46 países que enfrentou ao longo da carreira, há 43 que sofreram ao menos uma derrota para o Brasil com a camisa 10 em campo. As outras duas “invictas” são a Grã-Bretanha – que venceu a Seleção nas Olimpíadas de 2012 – e a da Finlândia, que empatou sem gols no Torneio da França de 2022. Foram os únicos jogos contra Marta até o momento.
Neste sábado, a Rainha começa no banco de reservas, assim como aconteceu na partida de estreia, contra o Panamá, uma vez que está retornando de lesão e tem recebido minutos aos poucos com a técnica Pia Sundhage.