Os combates entre o Exército de Israel e os guerrilheiros do Hamas persistem nesta segunda-feira, com autoridades israelenses alegando terem retomado todas as localidades invadidas por extremistas palestinos no sul do país, enquanto o número de mortos no conflito se aproxima de 1.200. Israel lançou mais de 500 ataques aéreos e de artilharia contra Gaza, incluindo um que atingiu um campo de refugiados no norte do enclave, embora o número de mortos nesse bombardeio seja incerto. Segundo o jornal The Washington Post, as forças israelenses planejam um ataque terrestre em larga escala em Gaza nas próximas 48 horas.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou na manhã desta segunda-feira que as forças militares impuseram um “cerco total” à Faixa de Gaza, cujas fronteiras leste e sul são compartilhadas com Israel.
— Ordenei um cerco completo à Faixa de Gaza. Não haverá eletricidade, comida ou combustível. Tudo está fechado — afirmou Gallant. — Estamos lidando com indivíduos extremamente violentos e agiremos de acordo. Apesar dos relatos crescentes de bombardeios a alvos civis em Gaza, algo que analistas já previam, dada a resposta severa de Israel e a mistura de posições do Hamas com áreas civis, o governo israelense alega que seus ataques atingiram alvos estratégicos.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) relataram que, nas últimas horas, destruíram posições do Hamas e da Jihad Islâmica, incluindo depósitos de armas e munições, túneis subterrâneos e dois quartéis de extremistas, um deles localizado em uma mesquita. A Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNWRA) informou que uma escola usada como abrigo para 225 pessoas foi atingida, causando danos estruturais, mas nenhuma morte foi registrada no ataque específico. O principal porta-voz das IDF, contra-almirante Daniel Hagari, ameaçou o líder do Hamas, Yahya Sinwar, afirmando que “todas as posições” do grupo são “atacáveis”.
— Yahya Sinwar, o comandante do ataque terrorista, é um homem morto — disse Hagari em uma coletiva de imprensa. — A liderança militar e política do Hamas, bem como todos os seus ativos, estão sob ameaça.
Os esforços da contraofensiva israelense estão concentrados principalmente na recuperação de cerca de cem cidadãos, entre militares e civis, que foram capturados pelo Hamas durante sua breve invasão. No entanto, alguns dos reféns podem ter sido mortos durante os bombardeios israelenses em Gaza, de acordo com líderes do Hamas.
Um porta-voz das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, do Hamas, afirmou que o bombardeio israelense na Faixa de Gaza matou quatro reféns israelenses.
“O bombardeio da ocupação esta noite e hoje na Faixa de Gaza resultou na morte de quatro prisioneiros inimigos e no martírio de seus captores, os Qassam Mujahideen”, escreveu Abu Obeida em uma publicação em seu canal no Telegram. O grupo extremista também continuou a lançar ataques contra o território israelense, com bombardeios atingindo diversas áreas, incluindo Jerusalém e Tel Aviv, entre domingo e segunda-feira. Um foguete explodiu perto do Aeroporto Internacional Ben Gurion. Um drone lançado de Gaza foi interceptado pelas forças israelenses, assim como um carro do Hamas que tentou cruzar a fronteira, de acordo com as forças armadas.
Foguetes disparados contra as cidades de Ashdod e Ashkelon também atingiram áreas civis israelenses, ferindo pelo menos quatro pessoas, segundo os serviços de saúde de Israel.
O governo israelense convocou 300 mil reservistas para reforçar as forças de defesa, enquanto tropas e tanques se concentram no sul do país. Uma invasão terrestre é iminente, o que pode resultar em um aumento ainda maior no número de vítimas.