Ouça agora

Ao vivo

Vasco e Inter fazem ação contra racismo em São Januário pelo Brasileirão
Destaque
Vasco e Inter fazem ação contra racismo em São Januário pelo Brasileirão
Alexandre de Moraes decide manter a validade da delação de Mauro Cid
Brasil
Alexandre de Moraes decide manter a validade da delação de Mauro Cid
Rio aprova lei para proteger e reintegrar vítimas de trabalho escravo
Destaque
Rio aprova lei para proteger e reintegrar vítimas de trabalho escravo
PF indicia Bolsonaro e mais 36 em inquérito sobre tentativa de golpe
Brasil
PF indicia Bolsonaro e mais 36 em inquérito sobre tentativa de golpe
Festival Botecar chega ao Rio de Janeiro com variedade de petiscos criativos
Destaque
Festival Botecar chega ao Rio de Janeiro com variedade de petiscos criativos
Guapimirim celebra o ‘Fantástico Natal de Guapi’ com atrações mágicas e inclusivas
Baixada Fluminense
Guapimirim celebra o ‘Fantástico Natal de Guapi’ com atrações mágicas e inclusivas
Shopping Nova Iguaçu tem 300 vagas de emprego temporárias
Nova Iguaçu
Shopping Nova Iguaçu tem 300 vagas de emprego temporárias

Inteligência artificial não vai dominar o mundo, diz um dos 3 ‘padrinhos’ da tecnologia

Professor Yann LeCun afirma que medo que IA represente ameaça à humanidade é 'ridículo'.
Foto: Divulgação

Um dos três “padrinhos da inteligência artificial” disse que a tecnologia não dominará o mundo nem destruirá empregos de forma permanente.

O professor Yann LeCun disse que o medo de alguns especialistas de que a IA represente uma ameaça à humanidade é “absurdamente ridículo”.

Os computadores se tornariam mais inteligentes que os humanos, mas isso ainda demoraria muitos anos e “se você perceber que isso não é seguro, simplesmente pare”, disse ele.

Um conselheiro do governo do Reino Unido disse recentemente à BBC que alguns tipos de inteligência artificial mais poderosos talvez precisem ser proibidos.

Em 2018, LeCun ganhou o Prêmio Turing com Geoffrey Hinton e Yoshua Bengio por suas descobertas em IA e os três ficaram conhecidos como “os padrinhos da IA”.

LeCun agora trabalha como cientista-chefe de IA da Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp. Ele discorda de seus companheiros “padrinhos” de que a IA é um risco para a raça humana.

“A IA dominará o mundo? Não, isso é uma projeção da natureza humana nas máquinas”, disse ele. Seria um grande erro manter a pesquisa de IA “fechada a sete chaves”, diz ele.

As pessoas que temem que a IA possa representar um risco para os humanos o fazem porque não conseguem imaginar como ela pode ser segura, diz LeCun.

“É como se você perguntasse a alguém em 1930 como você vai tornar um turbojato seguro? Os turbojatos ainda não foram inventados em 1930, assim como a IA no nível humano ainda não foi inventada.”

A Meta tem um grande programa de pesquisa de IA e um de seus objetivos é produzir sistemas com a mesma capacidade dos humanos. Além da pesquisa, a empresa usa IA para ajudar a identificar postagens nocivas nas redes sociais.

LeCun falou em um evento para a imprensa convidada, sobre seu próprio trabalho na chamada IA orientada por objetivos (“Objective Driven AI”), que visa produzir sistemas seguros que podem lembrar, raciocinar, planejar e ter bom senso — recursos que não existem em chatbots populares como o ChatGPT.

Ele disse que “não há dúvida” de que a IA superaria a inteligência humana. Mas ainda faltam aos pesquisadores conceitos essenciais para chegar a esse patamar, que pode levar anos ou décadas.

Quando as pessoas levantam preocupações sobre máquinas de nível humano ou superiores que possam existir no futuro, elas estão se referindo à inteligência artificial geral (AGI). São sistemas que, como os humanos, podem resolver uma ampla gama de problemas.

Havia o medo de que, quando a AGI existisse, os cientistas “conseguissem ligar um sistema superinteligente que iria dominar o mundo em minutos”, disse ele. “Isso é, você sabe, absurdamente ridículo.”

LeCun disse que haverá avanços progressivos — talvez seja possível criar uma IA tão poderosa quanto o cérebro de um rato. Isso não iria dominar o mundo, e ele argumentou que “ainda assim esse sistema vai rodar dentro de algum data center em algum lugar com um botão de desligar”. Ele acrescentou: “E se você perceber que não é seguro, simplesmente não o faz”.

Empregos

Argumenta-se que a IA tem o potencial de substituir muitos empregos e, como resultado, algumas empresas interromperam o recrutamento para determinadas funções.

LeCun disse à BBC que “isso não vai deixar muitas pessoas sem trabalho permanentemente”. Mas o trabalho mudaria porque “não temos ideia” de quais serão os empregos mais importantes daqui a 20 anos, disse ele.

Computadores inteligentes criariam “um novo renascimento para a humanidade” da mesma forma que a internet ou a imprensa, disse ele.

LeCun falou com a BBC na terça-feira (13/6) — antes de uma votação sobre a Lei de IA da Europa, projetada para regular a inteligência artificial.

Ele disse as startups de IA da Europa não gostam da lei — “acham que é muito ampla, talvez muito restritiva”. Mas ele fez a ressalva de que não é um especialista em legislação.

LeCun disse não ser contra a regulamentação — mas, em sua opinião, cada aplicação da inteligência artificial precisaria de suas próprias regras.