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Inea e Polícia Civil investigam origem da espuma que paralisou o sistema Guandu

Previsão da Cedae é que a estação volte a operar de forma gradativa até o fim do dia, normalizando totalmente o abastecimento em até 72 horas
Imagem: Reprodução - CEDAE

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) investigam a origem da espuma que apareceu no manancial do Rio Guandu, onde está localizada a captação da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu. Técnicos da Cedae identificaram, na madrugada desta segunda-feira (28), despejo irregular de surfactante, composto químico presente em detergentes, e interromperam imediatamente a captação e a produção de água para cerca de 11 milhões de pessoas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A previsão de retomada da produção de água é até o fim do dia.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira, o presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon; o diretor de Saneamento e Grande Operação da companhia, Daniel Okumura; e o presidente do Inea, Philipe Campello, informaram que as equipes estão apurando a origem da ocorrência para que os responsáveis sejam penalizados, conforme a legislação.

“Temos 72 pontos de monitoramento de efluentes e estamos com uma equipe na área para saber se o lançamento continua ou se foi algo pontual. É um crime ambiental. Pode ter sido causado por alguma indústria da região ou por algum cidadão que decidiu descarregar esse produto na água. Inicialmente, estamos focados em detectar locais onde a substância pode ter sido lançada”, disse o presidente do Inea, Philipe Campello.

Por volta das 5h de hoje, a Cedae identificou a presença do material e adotou o protocolo de contingência, paralisando imediatamente a operação da estação para garantir a segurança hídrica.

“A gente entende que parar de produzir água não é o desejado, mas foi necessário para a segurança da população. Essa situação não é corriqueira. A gente pede a compreensão dos consumidores e que economizem água, fazendo uma reserva mínima”, destacou o diretor-presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon.

Equipes da Cedae monitoram continuamente as condições do manancial até que a concentração deste material não represente risco.

“Adotamos o protocolo de contingência para garantir que a água com espuma não chegasse à população, interrompendo a captação e realizando a descarga da estação. Só vamos retomar a produção quando a água estiver de acordo com os padrões”, ressaltou o diretor de Saneamento e Grande Operação, Daniel Okumura.

A previsão é que a estação volte a operar de forma gradativa até o fim do dia, normalizando totalmente o abastecimento em até 72 horas.

“Devido às baixas temperaturas no Rio ao longo da semana, o sistema deve se recuperar mais rapidamente, já que o consumo da população é menor. Mesmo assim, a Cedae solicita aos consumidores que utilizem água de forma consciente, adiando tarefas não essenciais”, concluiu o diretor.

Estação de Tratamento do Guandu

A ETA Guandu é a maior estação de tratamento de água do mundo, com capacidade para tratar 43 mil litros de água por segundo, e atende 11 milhões de pessoas no Rio de Janeiro e grande parte da Baixada Fluminense.