O icônico edifício “A Noite”, inaugurado em 1929 e considerado o primeiro arranha-céu da América Latina com 22 andares, no Centro do Rio de Janeiro, será vendido pela prefeitura carioca por R$ 36 milhões a um consórcio especializado em prédios residenciais de alto padrão. A paulista QOPP, do Grupo Vetorazzo, e a carioca Konek Transformação Imobiliária venceram a concorrência e assumirão o edifício, repassando metade dos lucros gerados pelos incentivos do projeto municipal Reviver Centro, estimados em pelo menos R$ 24 milhões.
Adquirido da União por R$ 28,9 milhões em março, o imóvel, que já abrigou a sede da Rádio Nacional e ficou fechado por mais de uma década, será revitalizado e transformado em um edifício residencial contemporâneo, com área de lazer e convivência no rooftop, oferecendo vistas para o Museu do Amanhã, de Santiago Calatrava, e para a Baía de Guanabara.
O novo projeto foi desenvolvido pelos arquitetos Duda Porto e André Alvarenga, da Konek, com o apoio do Iphan, que oficializou o tombamento do “A Noite” em 2016, reconhecendo sua relevância para a arquitetura nacional e a história do Rio de Janeiro, pois além de abrigar a Rádio Nacional, também sediou o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, a Philips e a companhia aérea Pan Am, que já não existe mais. O ousado negócio apostado pelo prefeito Eduardo Paes deve render R$ 60 milhões no total, com R$ 31,1 milhões sendo destinados aos cofres do Rio.
O Edifício “A Noite” terá 447 unidades residenciais e três lojas no térreo. A revitalização prevê ainda que o público tenha acesso a dois espaços no terraço, um restaurante e o Centro Cultural da Rádio Nacional.