Os estelionatos contra idosos tiveram um aumento de 57% no ano passado, quando foram registrados 30.243 casos no estado do Rio. Em média, é como se um idoso fosse vítima a cada 17 minutos. Os dados, retirados do Instituto de Segurança Pública (ISP), revelam que este público é o principal alvo: um em cada quatro estelionatos é contra pessoas acima dos 60 anos. Apesar de alguns golpes já serem conhecidos, outros, pelo profissionalismo, acabam convencendo e enganando os mais vulneráveis e distantes das tecnologias atuais.
Entre os exemplos de como os golpistas agem estão as ligações para a casa dos clientes, nas quais o estelionatário diz ser do banco e pede para confirmar algumas informações, como dados pessoais e senhas. Ao fornecer informações pessoais e sigilosas, como a senha, o consumidor expõe sua conta bancária e seu patrimônio aos golpistas. Há também casos em que o fraudador se apresenta como um “funcionário do banco” e pede para o cliente realizar uma transferência como um teste. Os bancos nunca ligam para clientes para realizar transações.
No golpe do falso empréstimo, os criminosos compram as informações pessoais em grupos clandestinos na internet, contendo até identidade e selfie da pessoa mostrando o documento, e que serve como uma espécie de assinatura eletrônica para contratos de crédito, como empréstimos. Em outros casos, fazem contato com as vítimas oferecendo melhores condições de crédito, se passando por escritórios ou grandes instituições, e contraem empréstimos em bancos. Muitas vezes, as instituições financeiras também são vítimas dos golpistas, já que estes convencem os beneficiários a gravarem vídeos de autenticação, enviam toda a documentação e chegam a simular contratos digitais e até mesmo procurações.
Os golpes estão sofisticados e muito bem articulados, por isso é importante ficar muito atento e evitar fazer qualquer tipo de transação com desconhecidos, principalmente por meios virtuais.
De acordo com o IBGE, o Rio é o segundo estado do Brasil com maior percentual de pessoas acima dos 60 anos (19,4%), perdendo apenas para o Rio Grande do Sul (19,5%). Os golpes são mais recorrentes contra idosos entre 60 e 69 anos, cerca de 65% das vítimas. As mulheres são a maioria (56%), assim como as pessoas brancas (66%).
No ano passado, os Procons do país registraram mais de 57.874 queixas do golpe, ou seja, mais de uma denúncia por hora. Segundo a polícia, até funcionários do próprio INSS estariam envolvidos nas fraudes.
A Federação Brasileira de Bancos informou que acompanha permanentemente todos os temas relacionados à segurança cibernética, ainda que eles não tenham origem no sistema financeiro.
Confira as dicas de especialistas para ajudar idosos e familiares a fugirem dos golpes
- Nunca forneça dados pessoais ou bancários por telefone, e-mail ou mensagens de celular
- Não clique em links de origem desconhecida, mesmo se enviados por alguém conhecido
- Sempre desconfie das pessoas que conhecer no mundo virtual, especialmente se ela pedir transferências de valores
- Em caso de dúvidas, procure alguém mais jovem e familiarizado com a tecnologia, um neto ou sobrinho, para ajudar
- Não envie por mensagem qualquer código recebido via SMS em seu telefone; estes códigos normalmente devem ser inseridos no próprio aplicativo, nunca encaminhados
- Sempre ligue para os parentes caso receba mensagem com a foto dela mas um número diferente