Primeiro, faltou contundência. Depois, faltou perna. E o Flamengo no todo fez muito pouco para vencer o Fluminense no clássico da tarde de domingo no Maracanã.
Tirando do diagnóstico a péssima arbitragem de Sávio Pereira Sampaio, que, mais do que as intervenções do VAR, picotou o jogo com 45 faltas marcadas e não coibiu a violência, a performance do time de Jorge Sampaoli ficou aquém do esperado. Desfalcado por lesões e suspensões, o Flamengo já chegou ao Fla-Flu no limite do desgaste físico após os jogos em campo sintético contra Palmeiras e Athletico-PR, e decidiu gastar o que lhe restava de energia no primeiro tempo.
Com a marcação avançada, o Rubro-Negro tirou o Fluminense do conforto na saída de bola e forçou erros. Faltou, entretanto, contundência para transformar em gol. Mais do que isso: para transformar em finalizações perigosas. Mesmo melhor, o Flamengo finalizou somente cinco vezes, duas na direção do gol de Fábio. Pouquíssimo.
Armado no 3-1-5-1 na construção, a equipe tinha Filipe Luís alinhado com os zagueiros na maioria das vezes, Thiago Maia na frente da defesa, e muito volume a partir do meio. Gerson e Cebolinha pela esquerda, Wesley e Ribeiro pela direita, buscavam aproximação e o Flamengo abria o campo para encontrar espaços na defesa do Fluminense. As melhores chances, porém, saíram mesmo da marcação pressão.
Na volta do intervalo, Fernando Diniz corrigiu posicionamentos, colocou Lelê na vaga de Martinelli, e debruçou o Flu no campo de ataque. Foi o suficiente para o time de Sampaoli se retrair e se preocupar mais em reduzir espaços do que jogar.
As 11 finalizações contra somente três mostram o tamanho do domínio tricolor em 45 minutos onde faltou fôlego ao Flamengo até para contra-atacar. As ausências de Fabrício, Ayrton, Pulgar e Pedro no banco pesaram, e as mudanças do treinador surtiram pouco efeito.
O gol anulado de Gabriel por falta de Pablo anotada pelo VAR seria um prêmio para um time que permitiu que Fábio fosse um mero espectador no segundo tempo. As substituições de Everton Ribeiro, Arrascaeta e, principalmente, David Luiz escancararam um Flamengo extenuado após a maratona decisiva na Copa do Brasil.
No fim, o empate acabou sendo um resultado justo pela divisão de protagonismo nos dois tempos. Foi um Fla-Flu marcado pelo equilíbrio, até nos erros de arbitragem.