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Fisiologista alerta para riscos aos jogadores em caso de jogo com o Fortaleza

Partida foi adiada pela CBF e Dr. Gérson Leite lembrou que jogadores poderiam se lesionar
Foto: Vítor Silva/Botafogo

O Botafogo insistiu, mas o jogo diante do Fortaleza, que seria realizado na próxima terça-feira (24), segue adiado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A manutenção da partida, no entanto, poderia gerar um sério risco aos jogadores do Botafogo. Em entrevista exclusiva à Rádio Manchete, o Dr. Gérson Leite, pós-doutor em fisiologia pela Universidade de São Paulo (USP) e que trabalhou em alguns clubes de futebol, alertou para os problemas que poderiam ser causados em atletas do Botafogo caso o jogo fosse realizado.

“O impacto físico que pode ser gerado nestes atletas é um maior desgaste muscular. Se algum deles estiver em processo de lesão, isso pode acontecer durante o jogo. Pode ser um risco à saúde dos atletas participar do jogo com o Fortaleza. Até pelo processo de viagem até lá. Horas dentro do avião e sem conforto e alimentação necessários”, destacou o Dr. Gérson Leite.

Apesar dos riscos, os jogadores do Botafogo garantiram que estavam bem fisicamente para estarem em campo diante do Fortaleza. Inclusive, um ofício foi enviado à Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF) atestando o bom estado físico dos jogadores. Mesmo diante da vontade dos atletas, o Dr. Gérson Leite lembrou que alguns processos no corpo dos jogadores podem não estar completamente adequados.

“Muitas vezes o atleta acredita que está tudo bem com ele, mas internamente os processos bioquímicos podem não estar. Então é necessário fazer exames em cima disso e um melhor tempo para recuperação. As vezes a pessoa pode estar se sentindo bem, mas pode estar a ponto de ter uma lesão. Então esse é um problema quando não se respeita o tempo adequado de recuperação e pausa entre os jogos”, alertou o Dr. Gérson Leite, que também falou sobre o fato de o Botafogo ter jogado apenas um tempo contra o Athletico, no útlimo domingo.

“40 minutos de jogo não gera tanto estresse quanto os dois tempos de 45. Isso significa que a recuperação pode ser mais rápida, mas isso é um processo individual. Isso depende da genética dos atletas, como cada um tem de qualidade e duração de sono, como se alimentam fora do clube… então pode ter atletas que vão ter um processo regenerativo do músculo mais demorado e outros que vão se recuperar mais rápido pela questão genética. É um processo muito detalhado de saber qual atleta você vai colocar em jogo e até mesmo poupar jogadores para atuar apenas o segundo tmepo, por exemplo. Isso é feito para que os atletas não se lesionem por esforço excessivo com recuperação incompleta”, finalizou.

Com o adiamento do jogo com o Fortaleza, o Botafogo terá agora uma semana inteira de preparação. O Glorioso só volta a campo no próximo dia 29 de outubro, quando joga em casa, no Nilton Santos, diante do Cuiabá.