Jair Renan Bolsonaro, filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) em relação a uma investigação sobre fraudes fiscais. Durante o depoimento, Jair Renan negou qualquer envolvimento nas supostas fraudes fiscais em questão. A oitiva ocorreu por meio de videoconferência, pois ele reside em Santa Catarina, enquanto o caso está sob investigação em Brasília. A sessão de interrogatório durou aproximadamente 30 minutos.
Embora fontes informem que o depoimento de Jair Renan não tenha esclarecido pontos-chave da investigação, ele afirmou que não tinha conhecimento do suposto esquema que estava sendo investigado pela polícia na empresa da qual ele era proprietário, a RB Eventos e Mídia. Importante destacar que, em março deste ano, ele transferiu a propriedade da empresa para o nome de um amigo, que agora é suspeito de ser um “laranja” no esquema.
A investigação está sendo conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), que faz parte do Departamento de Combate à Corrupção. O foco principal da investigação recai sobre Maciel Alves de Carvalho, que foi preso em 24 de agosto e é apontado como o líder do suposto esquema. Além de supostamente orquestrar fraudes fiscais, Maciel Alves é instrutor de tiro do filho “04” de Bolsonaro.
A investigação se estende à suspeita de que Maciel Alves usava um clube de tiros como fachada para atividades ilegais relacionadas à compra e venda de armas. A polícia também está investigando a abertura de contas bancárias em nome dos envolvidos no caso e o papel específico de Jair Renan no suposto esquema.
A investigação se concentra em empresas relacionadas a Marco Aurelio Rodrigues, que figura como sócio administrador da Academia de Tiro 357 e da RB Eventos e Mídia LTDA. A Academia de Tiro 357 foi criada em 2011 e transferida para o nome de Marco Aurelio em 2021. A empresa de eventos pertenceu a Jair Renan até março de 2023, quando também passou a ser administrada por Marco Aurelio.
Os investigadores suspeitam que Marco Aurelio tenha sido usado como um “laranja” para ocultar a verdadeira propriedade das empresas envolvidas no esquema de fraude fiscal. Há indícios de que os suspeitos tenham criado identidades falsas e empresas fictícias para obter benefícios financeiros ilícitos, incluindo obtenção de crédito por meio dessas empresas e possíveis práticas de fraude fiscal.
Os crimes sob investigação incluem falsidade ideológica, associação criminosa, estelionato, crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro. Jair Renan Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Civil do DF em 24 de agosto, na qual foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em endereços relacionados a ele, um em Brasília e outro em Santa Catarina. A investigação continua avançando, com depoimentos e novas informações acrescentando elementos ao inquérito.