Segundo o serviço climático da União Europeia o mês passado foi o fevereiro mais quente no mundo nos tempos modernos, tornando-se assim, o nono mês consecutivo na série de recordes de temperatura.
Novas máximas de temperatura tem sido registradas todos os meses, para a época do ano correspondente, desde junho de 2023.
A superfície do mar no mundo está no ponto mais quente de que se tem registro – e o gelo marinho da Antártida atingiu novamente níveis extremamente baixos.
As temperaturas continuam subindo devido ao fenômeno climático El Niño no Pacífico, mas as alterações climáticas causadas pelo homem são, de longe, o principal fator do calor.
As concentrações de dióxido de carbono estão no seu nível mais alto em pelo menos dois milhões de anos, de acordo com o órgão climático da ONU, e aumentaram novamente em níveis quase recordes durante o ano passado.
Esses gases que causam aquecimento ajudaram a tornar fevereiro de 2024 cerca de 1,77ºC mais quente do que nos tempos “pré-industriais” (antes de os humanos começarem a queimar grandes quantidades de combustíveis fósseis), segundo o Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas, da União Europeia.
O resultado supera o recorde anterior, de 2016, em cerca de 0,12ºC.
Estas temperaturas provocaram um calor particularmente severo que atingiu o oeste da Austrália, o sudeste da Ásia, o sul da África e a América do Sul.
A média de 12 meses está agora 1,56ºC acima dos níveis pré-industriais. Esse marco foi registrado depois da confirmação, em fevereiro, de que, pela primeira vez, o aumento da temperatura global ultrapassou 1,5 ºC ao longo de um ano inteiro.
Em 2015, em Paris, quase 200 países concordaram em tentar manter o aumento do aquecimento abaixo de 1,5ºC, para ajudar a evitar alguns dos piores impactos climáticos.
Esse limite no Acordo de Paris é geralmente considerado como uma média de 20 anos – por isso, ainda não foi quebrado –, mas a incessante série de recordes de temperatura ilustra o quão perto o mundo está desse patamar.