Uma festa levou as autoridades a iniciar a vigilância da mansão onde, nesta terça-feira, a Polícia Federal efetuou a apreensão de 47 fuzis. No dia 7 deste mês, as forças policiais receberam informações sobre uma “celebração suspeita” ocorrendo no condomínio. No dia 10, após vários dias de monitoramento, as autoridades observaram um indivíduo chegando à propriedade em um veículo Honda CR-V e partindo pouco tempo depois.
O veículo foi perseguido, e quando chegou à altura da Praia da Reserva, o motorista abandonou uma mala e fugiu. Os policiais, ao recuperar a mala, encontraram um fuzil em seu interior. Nesta terça-feira, uma operação foi realizada na mansão, resultando na descoberta de 37 fuzis desmontados e guardados em malas, enquanto o restante estava em um carro. Três indivíduos foram detidos.
Além dos fuzis, as autoridades também encontraram centenas de munições para fuzil calibre .556. No interior da residência, foram descobertos equipamentos e uma infraestrutura completa para a montagem e manutenção de armas de fogo.
Nesta última quarta-feira, a Polícia Federal iniciou a Operação War Dogs, voltada para o combate ao tráfico de armas, como desdobramento da apreensão dos fuzis. Agentes cumpriram 10 mandados de busca e apreensão no Paraná e em Minas Gerais, todos relacionados a “um dos maiores fabricantes de armas do país”, de acordo com a PF. A investigação revelou que o principal alvo da operação é Silas Diniz Carvalho, residente em Contagem (MG).
Silas é o proprietário da Manchester Indústria e Comércio de Móveis Ltda, uma fábrica de esquadrias de metal com sede em Belo Horizonte (MG), onde, segundo a polícia, os fuzis eram montados. Ele também possui um endereço em Miami, nos Estados Unidos. Na residência do principal suspeito da operação, que foi detido juntamente com outros dois indivíduos na mansão, as autoridades apreenderam peças de fuzis, carregadores e munição, bem como um veículo de luxo, uma Lamborghini avaliada em mais de R$ 1 milhão.
Após a prisão na mansão, a Polícia Federal solicitou mandados de busca e apreensão para os bens dos detidos, tanto em endereços residenciais quanto em empresas. O Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro expediu esses mandados.