Em entrevista exclusiva a Rádio Manchete, nesta sexta-feira (15), o ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello classificou a reunião do Conselho Deliberativo do clube como “um golpe estatutário, que se transformou em um golpe com truculência”. A sessão acabou suspensa, devido a confusão causada pelos conselheiros rubro-negros.
“Ontem foi uma noite para se esquecer no Flamengo. O exemplo que o Flamengo tem dado, não é nada positivo. O que a gente viu, foi uma manifestação de intolerância. A própria emenda é um golpe estatutário, porque ela cerceia direitos por ser direcionada a uma pessoa só”, declarou Bandeira de Mello.
Questionado sobre o projeto da atual diretoria para transformar o Flamengo em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o dirigente rubro-negro se colocou contra a proposta. Na visão de Bandeira de Mello, a mudança para clube-empresa seria um “retrocesso” para o Departamento de Futebol do clube.
“No momento, eu sou totalmente contra que o Flamengo se transforme em SAF. O clube não precisa, porque conseguiu fazer o dever de casa com a redução da dívida, o aumento das receitas e aplicação da governança necessária. Isso seria um retrocesso. Temos que estar atentos, também, ao conflito de interesses”, enfatizou o conselheiro.
Eduardo Bandeira de Mello é um dos membros da CPI da Manipulação do Futebol. Para o deputado federal, o trabalho da comissão tem sido importante para dar visibilidade ao assunto e elogiou as ações do Ministério Público e da Polícia Federal.
“Temos que parar com a manipulação de resultados no Brasil. Isso é uma vergonha. O futebol precisa ser levado a sério. A CPI está sendo importante para dar visibilidade ao assunto. O MP e a PF estão cumprindo seu papel com muita eficiência. E, se for necessário, o Congresso Nacional pode voltar ao assunto, em outro momento”, finalizou o parlamentar.