Os mais de 800 citricultores de Tanguá, Rio Bonito, iniciaram a primeira grande colheita da safra local estimada em mais de 18.200 toneladas, com o título de Indicação Geográfica, no modelo Denominação de Origem (IG-DO), de laranja mais doce do Brasil. Nenhuma outra safra no Brasil é mais doce que a da Região Metropolitana do estado do Rio, e já ostenta o título de Capital Estadual da Laranja, consagrado pela Lei 9.608/22, sancionada pelo governador Cláudio Castro.
O selo foi o primeiro do Estado do Rio, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A conquista é fruto de um processo que durou dois anos, com participação do Governo do Estado do Rio, por meio das empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-Rio) e de Pesquisa Agropecuária (Pesagro).
O Governador Cláudio Castro enalteceu a importância da parceria dos citricultores com os agrônomos, lembrando que até então o único produto do agronegócio reconhecido pelo INPI era a cachaça de Paraty.
– Parabenizo os citricultores e os técnicos da Emater e da Pesagro. Juntos com pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), enfrentaram um longo processo, desde novembro de 2020, para a obtenção desse registro tão importante. Foram muitas etapas até o reconhecimento definitivo dos fatores humanos e naturais que interferem diretamente nas características positivas da laranja produzida na Região Metropolitana – justificou.
A condição do clima propício influenciam o desenvolvimento dos frutos, além disso no período de desenvolvimento dos frutos há abundância de água e na fase de maturação há deficiência hídrica, gerando a elevada doçura. O baixo uso de máquina agrícolas, que prejudicam menos o solo, a redução do uso de agrotóxicos, a boa cobertura vegetal e principalmente o uso de abelhas na polinização das flores do laranjal, contribuem para a formação da “super laranja” de sabor adocicado.
Nessa época do ano, os produtores locais estão otimistas com desenvolvimento do setor. Por conta do movimento da produção diária e o consumo do mercado consumidor brasileiro. Por dia, na região de Tanguá, são colhidas cerca de 1.000 caixas de laranjas. O produto tem fácil vazão no Ceasa, feiras livres e merenda escola.
De acordo com o “Laudo de Limitação da Área Geográfica da Denominação de Origem Região de Tanguá para Laranjas”, emitido pela Secretaria estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA), o principal diferencial da laranja de Tanguá é a doçura elevada.