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Esporte na Vila Olímpica de Nova Iguaçu ajuda na recuperação de pessoas com deficiência

A Vila Olímpica de Nova Iguaçu oferece atividades como arremessos de peso e dardo, lançamento de disco, salto em distância e corrida de 100, 400 e 800 metros
Fotos: Renato Fonseca / PMNI

O esporte salvou a vida de Emelly Moraes Nunes, de 17 anos. Há três anos, a menina foi vítima de uma doença conhecida como Síndrome de Adem, uma infecção bacteriana que a deixou tetraplégica. Ela passou a usar cadeira de rodas, e, há dois anos, quando começou a praticar lançamento de disco e de dardo, além de arremesso de peso na Vila Olímpica de Nova Iguaçu, hoje anda apenas com o auxílio de uma muleta. O esporte foi seu divisor de águas, que a fez evoluir física e emocionalmente, melhorando sua coordenação motora.

Emelly e outros 42 atletas PCDs (Pessoas com Deficiência) que treinam no local vão disputar a Olimpede Nacional, em Volta Redonda, a partir de 1º de setembro.

“O esporte mudou minha vida. Era cadeirante e voltei a andar graças a ele. O esporte significa tudo pra mim. Quando arremesso a bola, o sentimento é de paz, de cura”, disse emocionada Emelly.

Nas Paralímpiadas Escolares Nacional de 2022, Emelly foi campeã no lançamento de dardo, conquistando ainda excelentes resultados em outras modalidades, como o vice-campeonato de lançamento de disco.

Fotos: Renato Fonseca / PMNI

Mãe coruja, Marcia de Araujo Nunes, de 51, vê a filha como um verdadeiro exemplo de superação.

“Antes de começar a treinar aqui, Emilly chegou a ficar três meses internada no Hospital Geral de Nova Iguaçu. Ela entrou nessa vila numa cadeira de rodas e agora está usando uma muleta. Foi uma evolução gradativa e rápida, pois ela sempre treinou muito, nunca desistiu. Até mesmo na escola houve mudança. Ela não frequentava as aulas, sofria bullying e vivia triste, mas o esporte salvou a vida dela. Agora ela é feliz!”, garante a mãe.

A Vila Olímpica de Nova Iguaçu, que funciona na Avenida Governador Portela, de segunda-feira a sábado, das 6h às 21h, oferece aos atletas PCDs, atividades como arremessos de peso e dardo, lançamento de disco, salto em distância e corrida de 100, 400 e 800 metros.

Outro atleta PCD que treina na Vila é Márcio Miranda Nunes, de 47 anos. Vítima de uma descarga elétrica de 13 mil volts em 2011, ele teve que amputar os dois braços. Para não entrar em depressão, ele escolheu o esporte como aliado.

Fotos: Renato Fonseca / PMNI

“Tive três paradas cardíacas, mas sobrevivi. Escolhi seguir minha vida. Tem gente que perde o dedo e o braço, e acha que deve parar. Conheci o atletismo e hoje estou em alto nível. Já conquistei medalhas em competições fora do país. Me adaptei e o esporte foi fundamental, pois ele é o caminho”, contou.

Professor de atletismo paralímpico, olímpico e estudantil na Vila, Irani Silva Filho, de 57 anos, treina alunos de baixa visão e pessoas com outras deficiências. Além de descobrir novos talentos, durante a prática do esporte, ele percebeu que os alunos passaram a ter mais autoestima, liberdade e autonomia.

“Muitos não saiam de casa sem as mães, eram muito dependentes e hoje estão passando a vir treinar sozinhos. Alguns se tornam profissionais e buscam no esporte uma profissão, sentem-se mais úteis. Estão preparados para fazer bonito nesta competição em Volta Redonda”, espera o treinador.

Segundo o secretário de Esporte e Lazer de Nova Iguaçu, Fernandinho Moquetá, essa será a maior delegação da história da cidade a competir num grande torneio.

“Estamos levando 64 pessoas, sendo 43 paratletas. Nossa intenção é de inclusão e todos têm o direito de praticar esporte. Estamos valorizando as pessoas com deficiência”, destacou.