A Escadaria Selarón, localizada na Lapa, se destaca como um dos atrativos mais admirados no Rio de Janeiro, tanto por habitantes locais quanto por visitantes. Apesar da sua crescente popularidade, tem enfrentado problemas de conservação e evidências de sinais de descaso nos últimos anos. Os padrões coloridos, que atualmente constituem o terceiro ponto turístico mais procurado na cidade, recebem diariamente mais de 12 mil turistas. Os restaurantes nas proximidades estão frequentemente cheios, embora as opções sejam ainda limitadas. Um amplo estacionamento em frente à escadaria acomoda facilmente o grande público que visita diariamente.
Diante do notório descuido com esse famoso conjunto de azulejos coloridos que embelezam 215 degraus e que, desde 2005, é considerado patrimônio da cidade, a Liga Independente dos Guias Turísticos do Estado do Rio (Liguia) uniu forças para revitalizar essa atração. O local havia sido meticulosamente mapeado e catalogado pelo IRPH (órgão de patrimônio municipal) por ocasião do falecimento do artista. O projeto intitulado “Selarón Pedaço(s) do Mundo”, que tem como objetivo preservar o monumento, está em andamento desde 2018. A primeira etapa consistiu em catalogar todos os elementos cerâmicos presentes, tais como azulejos, fragmentos, painéis e cerâmicas tridimensionais, a fim de possibilitar futuros reparos. Ao mesmo tempo, foi iniciada uma pesquisa sobre a origem e os detalhes desses elementos.
A responsabilidade de conferir núcleos à Escadaria recaiu sobre o chileno Jorge Morales, conhecido como Selarón, um artista que se estabeleceu no Rio de Janeiro na década de 80 e cuja morte ocorreu na escadaria em 10 de janeiro de 2013.
Entretanto, passados 10 anos desde o seu falecimento, o monumento exibe evidentes sinais de motivação, resultado do desgaste natural, atos de vandalismo e da colagem de azulejos “invasores” por parte dos visitantes. A primeira etapa consistiu em catalogar todos os elementos cerâmicos presentes, tais como azulejos, fragmentos, painéis e cerâmicas tridimensionais, a fim de possibilitar reparos futuros. Ao mesmo tempo, foi iniciada uma pesquisa sobre a origem e os detalhes desses elementos.
O processo de catalogação foi concluído em 2020, com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que contribuiu com R$ 2 para cada R$ 1 arrecadado pelo próprio projeto por meio de uma campanha de arrecadação de fundos. Agora, contudo, são necessários recursos para a efetivação da restauração.
A estimativa para os custos da restauração varia entre R$ 1,5 milhão e R$ 4 milhões. Para angariar esses fundos, a Liguia e outros parceiros do projeto planejam iniciar negócios envolvendo NFTs (itens digitais exclusivos e autênticos, como obras de arte virtuais, que são comercializados), com foco na escadaria. Entre os NFTs a serem disponibilizados, ficarão criações inspiradas na escadaria e nos seus azulejos.
A meta é captar os recursos até setembro deste ano. A partir desse ponto, será necessária a autorização das autoridades municipais para que a restauração possa ser executada, dada a condição de tombamento desse bem.