Com a ampliação do atendimento do “Consultório na Rua”, a Prefeitura do Rio agora atende a todas as regiões do município. Ao todo, são 118 bairros no programa, que leva atendimento médico a pessoas em situação de rua.
Ao todo, 13 times estão espalhados por todas as regiões. O principal objetivo é ampliar o acesso da população em situação de rua a serviços de saúde, em uma tentativa de diminuir o abismo criado pela vulnerabilidade extrema.
Segundo um levantamento da própria prefeitura, a quantidade de pessoas nessa situação aumentou 8,2% de 2020 para 2022, ou seja, no período da pandemia.
São quase 8 mil pessoas em situação vulnerável, sendo 82% homens e 84% pretos ou pardos. Os números deixam evidente que há um perfil para as pessoas sem endereço fixo na capital.
O programa foi criado em 2011 e recebeu mais recursos nos últimos 2 anos, o que possibilitou a expansão do atendimento para todas as regiões e um aumento de 40 bairros contemplados.
Segundo a gerente da área técnica de Consultório na Rua, Fabiana Baraldo, a importância das equipes é ajudar e facilitar o acesso dessas pessoas que, historicamente, têm muita dificuldade de acesso às políticas públicas. O principal objetivo das equipes, além do atendimento integral em saúde, é garantir que essas pessoas tenham acesso ao SUS.
Cada equipe é composta por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, agente social, psicólogo e assistente social. Algumas delas também contam com terapeuta ocupacional.
Os atendimentos vão de primeiros socorros a internações. Cuidados com a saúde mental, bucal e pré-natal também são feitos. Após o atendimento, os pacientes são cadastrados e têm acompanhamento posterior, como vacinação.
O principal desafio não tem sido a receptividade dos pacientes, mas sim a falta de recursos apropriados nos ambientes onde o atendimento ocorre.
A enfermeira Danielle Nogueira, que atua há 2 anos na equipe da Clínica da Família Marcos Valadão, em Acari, diz que alguns profissionais conseguem ter experiências bem-sucedidas, como curas para casos de tuberculose.
“A gente busca trazer visibilidade para esse público que só é visível quando incomoda. São pessoas muito presentes no território e muito pouco notadas pela sociedade civil. A gente trabalha levando acesso para elas, levando dignidade para que tenham direitos como cidadãos que são, e para que possam exercer a sua cidadania e ter direito ao SUS”, diz a enfermeira.