A taxa anual de endividamento caiu pela primeira vez em quatro anos. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nesta quinta-feira (11), o indicador apresentou leve recuo de 0,1 ponto percentual em 2023, o equivalente a aproximadamente 108 mil pessoas.
A conta fechou em 77,8% da população, ainda distante dos 58,3% de 2012, menor índice da série histórica, iniciada em 2010. O endividamento no cartão de crédito também caiu na mesma proporção e chegou a 86,5% dos endividados — porcentagem que, em 2010, era de 70,9%.
Já o uso de cheque especial ficou em 4,4% e é o menor desde o começo da pesquisa, quando era usado por 8,3% dos endividados. A média de comprometimento da renda com pagamento de dívidas em 2023 ficou em 30%, uma queda de 0,2 ponto percentual em relação ao ano passado.
Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, é a primeira vez em dez anos que as famílias brasileiras terminaram o ano menos endividadas do que começaram.
“As melhorias ocorridas no mercado de trabalho ao longo do ano e a trajetória de queda dos juros básicos da economia influenciaram as condições de crédito ao consumidor, o que resultou diretamente na redução, mesmo que tímida, do indicador”, avalia.
Inadimplência recorde
O número de inadimplentes, por sua vez, chegou a 29,5% dos brasileiros e é o maior desde 2010, quando o número era de 24,9%. Destes, 41,2% afirmam não ter condições de pagar as dívidas atrasadas, 4 pontos percentuais a mais que em 2022. A maior parte dos inadimplentes, 46,2%, está com mais de três meses de atraso, 3,2 pontos percentuais acima do ano passado. A inadimplência aumentou em todas as faixas de renda