Ouça agora

Ao vivo

Câmara de Nova Iguaçu aprova programa para alunos com necessidades especiais
Nova Iguaçu
Câmara de Nova Iguaçu aprova programa para alunos com necessidades especiais
Fluminense empata com Fortaleza no fim do jogo e segue em situação delicada no Brasileirão
Aconteceu, Virou Manchete
Fluminense empata com Fortaleza no fim do jogo e segue em situação delicada no Brasileirão
Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 18 milhões
Brasil
Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 18 milhões
Paes e Moro brigam nas redes socias e trocam ofensas: ‘Destruiu a luta contra a corrupção’
Política
Paes e Moro brigam nas redes socias e trocam ofensas: ‘Destruiu a luta contra a corrupção’
RJ teve 240 denúncias de violência contra mulher via 190 por dia em 2023
Destaque
RJ teve 240 denúncias de violência contra mulher via 190 por dia em 2023
Auditoria do INSS revela descontos indevidos nas contas de mais de 1 milhão de aposentados
Brasil
Auditoria do INSS revela descontos indevidos nas contas de mais de 1 milhão de aposentados
Rio amplia campanha de vacinação contra Covid-19 XBB
Destaque
Rio amplia campanha de vacinação contra Covid-19 XBB

Desigualdade despenca no mundo e cresce dentro de grandes países

Foto: Reprodução

Embora ainda seja muito alta, a desigualdade global não era tão baixa desde o final do século 19. O índice de Gini mundial é o menor em 125 anos. Ele despencou de 70 para 60 nos últimos 20 anos. Ao mesmo tempo, aumentou a desigualdade dentro de grandes países como Estados Unidos, Índia, Rússia e na maior parte da Europa.

O principal motor da queda da desigualdade global nessas duas décadas foi o crescimento da China, que tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza nas últimas décadas. Mas é improvável que essa tendência global rumo a uma menor desigualdade se mantenha por muito mais tempo. Por vários motivos:

  • O crescimento chinês desacelerando
  • À medida que enriquecem, menos chineses deixam de fazer parte da base da pirâmide de renda global e, portanto, a melhora de sua condição deixa de diminuir a desigualdade no mundo
  • A desigualdade dentro da China está crescendo

A renda média de um chinês em 1988 o colocava na metade de baixo da tabela mundial, entre os 45% mais pobres do mundo. Hoje, esse mesmo chinês médio está entre os 70% mais ricos.

Tão significativo quanto isso, os chineses estão ocupando o topo da pirâmide global de renda. Se o país continuar crescendo três pontos percentuais anuais a mais que os EUA, em duas décadas haverá tantos milionários chineses quanto americanos. Isso vai mudar a balança de consumo e de comportamento, com impactos culturais profundos.

Catador de lixo na China. Foto: Reprodução

O coeficiente de Gini varia de 0 a 100 e, quanto menor, melhor, sendo atribuído zero ao cenário em que todos tenham a mesma renda e 100 se um único indivíduo concentrasse toda a renda. No índice global, a comparação é entre as rendas dos países, enquanto o nacional considera a dos cidadãos.

Expectativa de desaceleração 

Após o índice de Gini despencar 10 pontos nos últimos 20 anos, a expectativa é que, com crescimentos mais modestos do PIB chinês, a queda não continue. A esperança para a tendência ser mantida é que a Índia, país mais populoso do mundo, passe por um processo de crescimento econômico semelhante ao chinês, ou que a África saia da pobreza majoritária que sua população enfrenta hoje.

Turbulência política, polarização e crescimento da extrema-direita

A mudança de patamar econômico da população chinesa ajuda a explicar o atual contexto global. A população de classe média da Europa e dos Estados Unidos passou a ter mais dificuldades econômicas e acabou perdendo frente a outros segmentos do mundo. Isso ajuda a explicar a turbulência política, a polarização e o crescimento da extrema-direita em muitos países.

Desigualdade diminuiu no Brasil

Seguindo a tendência global, a desigualdade também diminuiu nos últimos anos e hoje está pouco acima de 50 pontos, abaixo da média global que é de 60. Apesar de ainda estar longe de ser um país igualitário, essa queda na desigualdade aconteceu, sobretudo, devido aos programas de distribuição de renda como o Bolsa Família.