Nesta segunda-feira (26), Israel enviou uma delegação com autoridades israelenses ao Catar, país onde o Hamas tem seu escritório político, com o objetivo de trabalhar nos termos de um acordo de trégua e libertação de reféns em Gaza. Esse seria um passo para consolidar um cessar-fogo que, segundo Washington, está próximo. As informações foram divulgadas a agênica Reuters, através de uma fonte.
Israel tem sido pressionado por seu principal aliado, os Estados Unidos, a concordar com uma trégua em breve, visando evitar uma ameaça de ataque israelense a Rafah, a última cidade no extremo sul da Faixa de Gaza, onde mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave estão abrigados.
A missão israelense sugere que as negociações de paz na guerra de Gaza estão mais adiantadas do que nunca desde um grande impulso no início de fevereiro, quando Israel rejeitou uma contraoferta do Hamas para uma trégua de quatro meses e meio.
Ainda de acordo com essa fonte, a delegação de trabalho israelense, composta por agentes das Forças Armadas e da agência de espionagem Mossad, foi encarregada de criar um centro operacional para apoiar as negociações. Sua missão incluiria a verificação dos militantes palestinos propostos que o Hamas quer libertar como parte de um acordo de libertação de reféns.
Israel não comentou oficialmente sobre essas negociações e não houve nenhuma palavra imediata dos anfitriões do Catar nesta segunda-feira.
O que cada um deseja
Os lados permanecem publicamente distantes em seus objetivos finais: O Hamas, que governa a Faixa de Gaza e precipitou a guerra ao atacar o sul de Israel em 7 de outubro, diz que não libertará os mais de 100 reféns que ainda mantém em seu poder, a menos que Israel prometa se retirar de Gaza e acabar com a guerra.
Israel afirma que negociará apenas uma pausa temporária nas hostilidades para libertar os reféns, que não interromperá totalmente sua campanha terrestre até que o Hamas seja erradicado e que deseja o controle geral da segurança de Gaza por tempo indeterminado.