A três dias da eleição, o último debate entre os principais candidatos a prefeito do Rio, promovido pela TV Globo, começou quente e teve ataques de todos os lados ao prefeito Eduardo Paes (PSD), mas esfriou com as diversas dobradinhas entre Alexandre Ramagem (PL) e Rodrigo Amorim (União). A menção a aliados como Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) ganhou destaque, e a surpresa ficou por conta de Ramagem, que fez de tudo para se descolar de Cláudio Castro (PL) — com direito a classificar a gestão do governador como “medíocre”.
Rodrigo Amorim abriu o primeiro bloco partindo para o ataque ao prefeito Eduardo Paes. Perguntou quem é Paulo Assed, se o adversário estava em Paris na “Farra do Guardanapos”, lembrando que era aliado do ex-governador Sérgio Cabral: “Que sumiu da sua vida como a viga da Perimetral”, alfinetou.
Tranquilo, Paes respondeu que Paulo Assed é seu sogro e que, em relação à Lava-Jato, todos são adversários em dele em 2018 de foram presos, mas ele não.
Ao se voltar para Alexandre Ramagem, segundo colocado que vem subindo nas pesquisas, Paes escolheu o tema segurança pública e, ao colar a imagem do candidato do PL ao governador do mesmo partido, provocou mudança no tom do delegado:
“Meu padrinho se chama Jair Messias Bolsonaro. Quando se olha para gestão do Castro é medíocre, ainda tem muito a se fazer, mas a sua, a nota é zero”, retrucou, tentando ainda tentou mudar o foco e dizer que Paes era a favor do aborto e das drogas.
Na tréplica, Paes insistiu: “Ele diz que o Castro não é padrinho, mas iniciou na vida pública pedindo voto pra ele. Eu sou contra ao aborto, liberação das drogas e quem comete crime deve ser punido”, defendeu-se.
“Cavalo taradão”
Em uma dos três pingue-pongues com Ramagem, Rodrigo Amorim aproveitou o tema Educação para chamar Paes de “lacaio de Lula”, dizendo que o prefeito era contra as escolas cívico-militares, não valorizava os servidores e o “vale-alimentação é uma tragédia, o vale da fome”. Trouxe ainda à memória o episódio do “cavalo taradão”, uma apresentação sensual a crianças, para colocar o adversário como favorável à “lascívia nas escolas”.
Ao ter o direito de resposta negado, Paes aproveitou o espaço de outra pergunta para classificar o episódio como “lamentável, uma ofensa”, e que foi o primeiro a se manifestar, demitir a diretora e punir responsáveis.
Quanto às associações ao presidente de Lula, repetidas por Amorim e Ramagem, o prefeito se posicionou como aliado e que trabalha em parceria com o governo federal.
“Sou aliado do Lula, mas não somos iguais. O estádio do Flamengo é parceria, o BRT é parceria, o Galeão, e vou continuar trabalhando com o presidente”.
Amorim x Tarcísio
Ainda que em menos intensidade, houve também troca de farpas entre Amorim e Tarcísio Motta (PSOL). O deputado federal lembrou que o oponente teve a candidatura indeferida pelo TRE, ao que Amorim trouxe o tema de defesa da droga e lembrou do pedido de voto útil de Marcelo Freixo (PT).
“Nem o Freixo te aguenta, Tarcísio. Até ele, que era seu aliado, fala para não votar em você”, disparou.
Já Tarcísio usou as considerações finais para rebater: “Não existe voto útil contra a milícia, contra a extrema direita. Voto útil é pela cidade, com igualdade, justiça e direitos”.
Queiroz e a saúde
Num raro momento de ataque a outro candidato, Marcelo Queiroz (PP) também mirou em Eduardo Paes e focou nas deficiência na área da Saúde, com a fila do Sisreg.
“Você falou em distribuir ozempic, mas sabe quanto tempo está para marcar consulta com endocrinologista? A demora está em 278 dias, disse Queiroz, que emendou dizendo que, ao criticar Crivella, Paes tem “amor infinito” pelo antecessor.
“É estranho, você chamava ele de bispo, Mas hoje está rodando igreja com o Otoni (de Paula), a quem deve ter oferecido uma secretaria.
Final
Enquanto, nas considerações finais, Paes e Queiroz tentaram fazer um resumo de feitos e propostas, Ramagem e Amorim buscaram se associar à família Bolsonaro e à pauta da segurança.
*Com informações do Tempo Real