Ouça agora

Ao vivo

Três apostas acertam as seis dezenas da Mega-Sena
Brasil
Três apostas acertam as seis dezenas da Mega-Sena
Polícia Federal realiza operação contra extração ilegal de areia em Seropédica
Baixada Fluminense
Polícia Federal realiza operação contra extração ilegal de areia em Seropédica
PMs vão passar por treinamento para identificar atos racistas e atender vítimas nos estádios
Destaque
PMs vão passar por treinamento para identificar atos racistas e atender vítimas nos estádios
ANS suspende comercialização de nove planos de saúde
Brasil
ANS suspende comercialização de nove planos de saúde
Maracanã tem novo espaço para atender mulheres vítimas de violência
Destaque
Maracanã tem novo espaço para atender mulheres vítimas de violência
PM apura possíveis abusos em abordagem a adolescentes negros no Rio
Destaque
PM apura possíveis abusos em abordagem a adolescentes negros no Rio
Fluminense e Inter empatam no Maracanã e ambos se mantem na mesma posição no Brasileirão
Esportes
Fluminense e Inter empatam no Maracanã e ambos se mantem na mesma posição no Brasileirão

Conar abre processo contra a Volkswagen por propaganda com Elis Regina

A cantora, que morreu em 1982, teve a imagem recriada por uso de inteligência artificial e aparece em uma propaganda da empresa fazendo um dueto com a filha. Autor da ação argumenta que há risco de distorção da realidade.
Foto: Reprodução

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) instaurou um processo ético, nesta segunda-feira (10), para analisar um anúncio da Volkswagen que usa a imagem de Elis Regina, que morreu em 1982, por meio de uma inteligência artificial. A ação publicitária faz parte da campanha de 70 anos da Volkswagen e conta também com a participação de Maria Rita, cantora e filha da artista.

O processo foi aberto após clientes “questionarem se é ético ou não o uso da Inteligência Artificial (IA) para trazer pessoas falecidas de volta à vida como realizado na campanha” e vai analisar se a campanha violou alguma norma do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.

Na propaganda, a cantora aparece dirigindo uma Kombi e fazendo dueto com a filha Maria Rita, que comanda um outro automóvel. A publicidade não alerta os espectadores que as imagens foram criadas a partir do uso da Inteligência Artificial, o que pode “causar confusão entre ficção e realidade para alguns, principalmente crianças e adolescentes”, diz o Conselho.

O responsável pela denúncia é o advogado Gabriel Britto, que afirma que a campanha contraria diversos artigos, como o de número 27, já que um anúncio deve conter uma apresentação verdadeira do produto oferecido. “Isso traz desconforto e perturbação com a mistura entre ficção e realidade para alguns consumidores, como crianças, adolescentes e vulneráveis. O potencial de desinformação do deep fake é gigantesco e o uso ilimitado pode resultar na distorção da realidade”, pontua Gabriel.

Não há hoje no Brasil um regramento definido sobre o uso da Inteligência Artificial (IA). O Conar vai analisar se a campanha ultrapassou os limites éticos que toda peça de propaganda deveria seguir. Em nota, o conselho informou que a representação será julgada nas próximas semanas por uma das Câmaras do Conselho de Ética do Conar, garantindo-se o direito de defesa ao anunciante e sua agência.

De acordo com a Volkswagen, a utilização da imagem de Elis Regina na campanha foi acordada com a família da cantora. “A intenção da Volkswagen com a campanha foi destacar a transição das gerações e a renovação da marca”, afirmou a montadora.

Confira abaixo a nota do Conar:

“O Conar abriu hoje, 10 de julho, representação ética contra a campanha “VW Brasil 70: O novo veio de novo”, de responsabilidade da VW do Brasil e sua agência, AlmapBBDO, motivada por queixa de consumidores.

Eles questionam se é ético ou não o uso de ferramenta tecnológica e Inteligência Artificial (IA) para trazer pessoa falecida de volta à vida como realizado na campanha, a ser examinado à luz do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, em particular os princípios de respeitabilidade, no caso o respeito à personalidade e existência da artista, e veracidade.

Adicionalmente, questiona-se a possibilidade de tal uso causar confusão entre ficção e realidade para alguns, principalmente crianças e adolescentes.

A representação será julgada nas próximas semanas por uma das Câmaras do Conselho de Ética do Conar, garantindo-se o direito de defesa ao anunciante e sua agência. Em regra, o julgamento é efetuado cerca de 45 dias após a abertura da representação.

O Conar aceita denúncias de consumidores, assim como outras manifestações sobre a peça publicitária, bastando que sejam identificadas. Em obediência à LGPD a identidade dos denunciantes é protegida.”